São Paulo, segunda-feira, 11 de novembro de 1996
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Crescimento é como meteorologia, diz FHC

MARTA SALOMON
ENVIADA ESPECIAL A SANTIAGO

Contrário a um novo freio no ritmo do crescimento da economia, o presidente Fernando Henrique Cardoso avaliou que as previsões são tão precisas quanto as da meteorologia.
Ele aposta em um crescimento de 7% do PIB (Produto Interno Bruto) neste final do ano e de 5% no ano que vem.
"As previsões são relativas. Infelizmente, não temos na área econômica nem nas ciências humanas previsões melhores do que as da meteorologia", avaliou FHC.
O presidente disse que não pensa em frear novamente o crescimento da economia por causa do ritmo atingido no final do ano e que preocupa o presidente do Banco Central, Gustavo Loyola.
"Nós não vemos nenhuma necessidade de esfriar a economia. Essas taxas de crescimento (do final do ano) são fruto de uma comparação com momentos anteriores, onde o crescimento foi muito baixo. Eu acho que não há nenhum problema em relação ao ano que vem", calculou.
Em Santiago, onde participa da reunião de cúpula dos países ibero-americanos, FHC confirmou a orientação exposta pelo ministro da Fazenda, Pedro Malan.
O presidente investiu num crescimento mais acelerado do PIB neste final do ano para compensar o desempenho da economia nos primeiros meses de 96 e fechar o ano com uma taxa próxima a 3%.
Essa taxa é um ponto percentual mais baixa do que a previsão feita pelo governo há um ano e não seria suficiente para agravar o comportamento da balança comercial.
As previsões para 1997 continuam oscilando. A taxa oficial estimada no projeto de Orçamento da União, em agosto, é de 3,9%.
Logo depois de o projeto seguir para o Congresso, o ministro do Planejamento, Antonio Kandir, previu que a economia cresceria 5%. Durante viagem a Washington e diante de investidores estrangeiros, essa previsão chegou a pular para 9% -a economia cresceria no ano que vem como na época do chamado "milagre econômico" da década de 70.
"Espero que a taxa fique ao redor de 5% no ano que vem", disse FHC. Sobre o desempenho da economia neste final de ano, o presidente afirmou: "Temos uma taxa razoável. É um bom sinal".
O presidente disse que não forçará os governadores a reduzir os impostos pagos por micro e pequenas empresas e liberou os aliados governistas a mudar as regras editadas na semana passada.
FHC disse que optou por uma medida provisória para unificar os impostos de micro e pequenos empresários a pedido do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e de líderes governistas. "Todos pediram. Se quiserem aceitar, aceitem. Se não quiserem, o presidente não deve insistir", afirmou.

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