São Paulo, segunda-feira, 11 de novembro de 1996
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Associação brasileira paga compromissos da Orplan

FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A Orplan - Organização e Planejamento Ldta. vem sendo administrada pela Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios), atualmente presidida por Vitor César Bonvino, um advogado do grupo que controla o consórcio Rodobens.
Participam do grupo de apoio articulado por Bonvino administradoras de consórcio de diferentes portes. Não foi determinada uma quantia fixa de contribuição.
Essas empresas firmaram um contrato de mútuo (empréstimo) com a Abac, que paga os compromissos da Orplan.
Algumas associadas consultadas se recusaram a assumir esse ônus naquela momento ainda desfavorável do mercado, quando o setor enfrentava limitações (como a suspensão dos lances nos consórcios).
A Orplan está funcionando sob administração especial, um regime parecido com o do Banespa, e continua recebendo as prestações dos consorciados. A empresa foi proibida de formar novos grupos.
O BC deixou que o próprio setor encontrasse a solução menos traumatizante para o mercado, sem qualquer auxílio oficial (como o Proer, no caso dos bancos).
O BC fiscaliza a entrega dos bens e considera que a Abac está recuperando rapidamente os atrasos.
Em junho, havia um total de 111 veículos, 8 motos e 1.152 eletrodomésticos para entrega. No final de setembro, o volume já havia caído para 16 automóveis, 5 motos e 503 aparelhos eletrodomésticos.
Seguro proposto
"Quando o Banco Central encontrou as irregularidades na Orplan, Egidio (Modolo) se dispôs a fazer uma reestruturação patrimonial", diz Bonvino.
Segundo ele, foi feito um contrato de transferência da Orplan, que passou a ser administrada por três funcionários indicados pela Abac. Modolo deu os bens da Orplan como garantia. Segundo Bonvino, o patrimônio da Orplan cobre o valor dos bens a serem entregues.
Bonvino diz que a Abac contou com a ajuda do BC, cuja fiscalização acompanha as operações dentro da sede da Orplan.
A expectativa da Abac é zerar a entrega de bens em atraso até dezembro, formando um novo consórcio para os grupos de clientes remanescentes. A Orplan, então, deverá ser extinta.
A Abac não assumirá passivos trabalhistas e dívidas com fornecedores da Orplan (que deverão se habilitar em uma virtual liquidação). Ao final, a Abac venderá os bens dados em garantia.
Paralelamente, a Abac encaminhou proposta ao BC para a criação de um fundo destinado a garantir os créditos dos consórcios.
Sem ônus para os consorciados, seria uma espécie de seguro formado a partir do recolhimento de 0,1% do valor arrecadado por todas as administradoras.
(FV)

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