São Paulo, quarta-feira, 13 de novembro de 1996
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Marina comenta as faixas do novo trabalho

DA SUCURSAL DO RIO

Conheça, uma a uma, as canções do novo disco de Marina, comentadas pela própria cantora e compositora.
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À MEIA-VOZ
(Marina/Antônio Cícero) - "Esta música eu fiz inspirada no meu irmão, Antônio Cícero. Eu comecei a escrever, ele terminou. Quando trabalho com Cícero, eu fico tranquila: sei que posso me dedicar à parte musical que da letra ele cuida. Há uma integração fantástica entre nós. Essa coisa da integração é rara no pop. Na MPB tem algumas músicas do Tom Jobim em que você percebe uma relação mais profunda entre a música e a letra, ele e o parceiro. Hoje eu vejo isso no Skank."

FULLGÁS (Marina/Antônio Cícero) - "Eu regravei essa música instigada e inspirada pela versão que o Lulu Santos deu a ela. Adorei a versão, mas ela me instigou a fazer um novo arranjo. É uma espécie de resposta ao Lulu."

TEMPESTADE (Zélia Duncan/Christiaan Oyens) - "Eu gosto muito dessa letra. Ela mistura o amor com a visão social da realidade. É difícil para pessoas sensíveis não se incomodar com a realidade. A letra fala de amor e também faz uma crítica social quando aponta a hipocrisia e se refere ao homem que dorme nas ruas."

RETORNO - ODE MUSICAL A PAULINHO MOSKA (Marina Lima/William Magalhães) - "Eu compus essa música no violão pensando no Paulinho Moska. Pensando no talento dele, que é muito maior do que seus discos. É instrumental e acabou ficando com um clima de cinema francês.

O SOLO DA PAIXÃO (Marina/Antônio Cícero) - "Essa música eu fiz para agradar meu irmão. Musiquei um poema dele para demonstrar o quanto eu gosto de sua poesia; para reverenciar sua poesia. Depois de um tempo afastada fiquei ainda mais encantada com ele. Nesse tempo em que não trabalhamos juntos ele também ficou mais solto. E o vício de compor deu lugar ao desejo de juntar o olhar."

IRREMEDIÁVEIS MORTAIS (Marina/Giovanni Bizzotto) - "Essa letra é minha. A música surgiu de um exercício que o Giovanni, que é meu professor de violão, me deu pra fazer. Eu compus essa letra pensando no meu pai, que já morreu. Ela fala do lado cristão de todos nós e da morte inevitável. Para Schopenhauer, 'a morte é a mãe de toda religião'. A letra surgiu nesse contexto."

PARA UM AMOR NO RECIFE (Paulinho da Viola) - "Você pode não achar, mas para mim é um samba, tem agogô e tudo. Com essa música quero falar sobre a ausência involuntária, sobre você querer ir para algum lugar onde há alguém que o espera e não conseguir. E eu queria muito colocar o Paulino da Viola num universo musical mais contemporâneo, além de reverenciá-lo."

STAY (Christiaan Oyens) - "Christian é o baterista do meu grupo. Eu quis colocar no disco essa música para dividir com as pessoas o que eu gosto de ouvir. Por isso é ele que canta e eu só faço o 'backing vocal'."

VELENO (A. Polacci) - "Esse tema instrumental os músicos fizeram para um momento do show que não houve. Era para ser tocado pela banda enquanto eu trocava de roupa. Eu colocava um vestido para cantar uma canção sobre a relação entre um homem e uma mulher. Num clima bem feminino."

MESMO QUE SEJA EU (Erasmo Carlos/Roberto Carlos) - "A música serviria para apresentar a banda no show e eu mantive isso no disco. Sobre a letra, eu gosto muito de ouvir uma mulher dizendo 'você precisa de um homem pra chamar de seu, mesmo que esse homem seja eu'. Porque tudo é possível. É preciso fantasiar."

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