São Paulo, quarta-feira, 13 de novembro de 1996
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Show em cadeira de roda

MARCELO OROZCO
DO "NP"

Em idéia, Sparklehorse é uma banda de Richmond, Virginia (sul dos EUA). Na prática, é um pseudônimo do cantor-compositor-guitarrista Mark Linkous, que voltou do mundo dos mortos.
Em janeiro passado, Linkous chegou a ser declarado clinicamente morto por dois minutos.
Acabara de aprontar seu CD de estréia, "Vivadixiesubmarinetransmissionplot" (Capitol/EMI).
"Viva..." combina lirismo, calmaria acústica e guitarras sujas na tradição de Neil Young, R.E.M. e Dinosaur Jr. Merece ser ouvido à parte do potencial dramático da "morte" de Linkous.
Foi um acidente bizarro. Mark desmaiou num banheiro de hotel em Londres após misturar antidepressivos e Valium. Seu corpo caiu por cima das pernas dobradas, que ficaram sem circulação. E Mark teve parada cardíaca pouco antes de ser achado por uma camareira.
Mark foi ressuscitado no hospital, mas perdeu parte da musculatura das pernas. Mesmo com um ano de fisioterapia, nunca deverá andar como antes.
Após três meses internado, voltou a fazer shows sentado em cadeira de rodas.
Com músicos de apoio variados, gravou demos no estúdio que tem em sua fazenda. Parte delas aparece em "Viva...", lançado no final de 95 nos EUA.
Quando o Sparklehorse faz barulho, é sobre refrões grudentos, como em "Rainmaker" e "Hammering the Cramps".
Nas bonanças, Mark Linkous segue os arroubos sonhadores do mentor Neil Young.
Ele tanto se compromete a ir ao inferno e voltar para ver um certo sorriso (em "Saturday") como enaltece a viúva mais lindo da cidade ("The Most Beautiful Widow in Town"). Simples, torto e belo ao mesmo tempo.

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