São Paulo, segunda-feira, 18 de novembro de 1996
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Telefilme ressuscita o seriado "Dallas" por uma noite na CBS

J. R. Ewing, Sue Ellen e Cliff Barnes voltam após 5 anos

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O supra-sumo do mau gosto, o campeão da baixaria, o rei dos absurdos, "Dallas" fez uma breve reaparição nas telas de TV dos EUA na sexta-feira passada, após cinco anos de ausência.
Um dos maiores sucessos de audiência da história do país, "Dallas" ficou no ar durante 13 anos (de 1978 a 1991), a segunda série com maior sobrevida da TV americana (depois de "Gunsmoke").
Quando a CBS resolveu abandoná-la, há cinco anos, nada parecia capaz de ressuscitá-la. Todas as fórmulas para atrair de volta o público pareciam esgotadas. Mas não há limites para a imaginação.
Embora apenas por duas horas, num especial de nostalgia, lá estavam todos eles de volta: o patife J. R. Ewing, seu santificado irmão Bob, a mulher do canalha Sue Ellen e o arqui-rival do vilão e não menos bandido Cliff Barnes.
O que é mais incrível, todos vividos pelos atores que os criaram. Pela ordem: Larry Hagman, Patrick Dufffy, Linda Gray e Ken Kercheval. Como era de se esperar, nenhum deles nunca mais conseguiu chegar nem perto do sucesso de que desfrutaram no final dos anos 70, início dos 80.
Foi por iniciativa de Hagman e Duffy que o especial de sexta-feira nasceu. Por certo, eles estavam saudosos de seus anos dourados.
No que parecia ter sido o último capítulo da saga dos Ewing, J. R. estava com uma arma apontada contra a própria cabeça. Agora, sabe-se que em vez de ter se matado, como tudo indicava, ele fugiu do Texas para a Europa, de onde retornou para mais uma vez tentar um golpe contra Cliff Barnes.
O filho de J. R. é um pilantra como o pai, e o filho de Bob, um anjo como ele. A introdução desses personagens adultos, com as características de personalidade dos genitores, indica que, se os norte-americanos nunca se fartarem do festival de kitsch, a próxima geração de "Dallas" está pronta para assumir seu posto.
Os deuses da estética permitam que não. Mas no universo da televisão, tudo é possível.

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