São Paulo, terça-feira, 19 de novembro de 1996
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Maia contestará privatização do Banerj

DA SUCURSAL DO RIO

Quatro dias após eleger seu sucessor, Luiz Paulo Conde (PFL), à Prefeitura do Rio, Cesar Maia começa a pôr em prática sua campanha ao governo do Estado. Ele anunciou que contestará o processo de privatização do Banerj, o que poderia provocar a sua anulação.
A passagem do Banerj para o controle privado é prevista para ocorrer até 31 de dezembro próximo. Candidato declarado à sucessão do governador Marcello Alencar (PSDB) em 98, o atual prefeito disse que entrará com notificação em cartório contra o contrato de terceirização de gestão da instituição pelo Banco Bozano, Simonsen, que, afirmou, é irregular.
Ele prometeu anexar cópias de pareceres do TCE (Tribunal de Contas do Estado) apontando supostas irregularidades no processo. "Os interessados vão saber que poderão estar comprando um banco com um contrato nulo."
No raciocínio do prefeito, a nulidade da terceirização seria a base para anular todo o processo de privatização.
Em 95, o Estado do Rio terceirizou a gestão do Banerj, passando-a para o Bozano, Simonsen. A instituição foi encarregada de sanear o banco, antes da privatização definitiva. O TCE contesta o valor e a forma da remuneração paga ao Bozano pelo governo.
O prefeito disse que atacará a privatização do Banerj, um dos principais projetos da administração de Alencar, no Palácio da Cidade, de manhã, quando era inaugurado o gabinete de transição em que despachará Luiz Paulo Conde.
Ele voltou a atacar o secretário de Estado de Planejamento, Marco Aurélio Alencar, cujo nome é cogitado para ser candidato a governador pelo PSDB e que o desafiara para um debate sobre a privatização do Banerj.
No fim-de-semana, Maia respondera dizendo que não debate com pessoas que respondem a processo por formação de quadrilha. O secretário foi denunciado pelo Ministério Público Federal em processo envolvendo supostas aplicações irregulares feitas durante a gestão Marcello Alencar na prefeitura.
"Eu dei-lhe o troco para saber que, enquanto se mantiver ao nível da sua hierarquia, será respeitado", disse Maia. "Quando extravasar o nível dessa hierarquia, terá o troco."
Marco Aurélio Alencar acusou Maia de mentir em suas acusações. "O prefeito adota um método fascista de fazer política, de simplesmente repetir mentiras sucessivas para que se tornem realidade."
O secretário disse que "não houve nenhum constrangimento" do Banco Central em relação à sua atuação na prefeitura.

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