São Paulo, terça-feira, 19 de novembro de 1996
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BNDES vai à Justiça para abrir dados

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) não conseguiu abrir ontem, como estava previsto, a sala de informações com dados sobre a Companhia Vale do Rio Doce para investidores interessados na compra da empresa.
O banco, gestor do programa de privatização do governo federal, informou ontem à tarde que estava entrando com um recurso no TRF (Tribunal Regional Federal) de Brasília, pedindo a cassação da liminar da juíza Novély Vilanova da Silva Reis, da 7ª Vara Federal da capital, que impôs restrições à abertura da sala.
Ainda segundo o BNDES, o grupo Votorantim, que seria o primeiro a analisar os dados do "data room", a partir de ontem, pediu adiamento por uma semana.
A liminar da juíza de Brasília, atendendo a petição do deputado federal Luiz Gushiken (PT-SP), proíbe que o "data room" forneça dados considerados confidenciais pela direção da Vale.
Gushiken usou como argumento na petição uma carta enviada no último dia 6 pelo presidente da Vale, Francisco José Schettino, ao presidente do BNDES, Luiz Carlos Mendonça de Barros, protestando contra a inclusão de dados considerados estratégicos no serviço.
O vice-presidente e diretor da área de desestatização do BNDES, José Pio Borges, disse à Folha, antes da decisão da Justiça, que já havia acertado com a direção da Vale quais as informações que a empresa considerava que não poderiam ser acessadas pelos investidores.
A direção da Vale não se pronunciou sobre o assunto. Na carta de Schettino a Mendonça de Barros, ele reclama que o fornecimento de dados estratégicos pode prejudicar futuros negócios da Vale.
Pelas regras originais de acesso à sala de informações, a empresa ou grupo que quiser consultar os dados terá que assinar um acordo de confidencialidade e outro se comprometendo a não negociar com ações da Vale até um ano após a realização do leilão.
Ele terá ainda que comprovar a disponibilidade de R$ 500 milhões e deverá depositar no BNDES uma taxa de R$ 150 mil.

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