São Paulo, terça-feira, 19 de novembro de 1996 |
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Partido relativiza tropeço e evita se declarar derrotado
EMANUEL NERI
"O PT ficou aquém das expectativas, mas não consideramos isso uma derrota", diz José Dirceu, presidente do partido. "Com exceção de São Paulo, não tivemos menos de 42% dos votos em nenhuma das cidades em que disputamos o segundo turno." Todo o PT resolveu bater ontem na tecla da derrota relativa. "Não foi uma tragédia, mas ficou longe de ser uma vitória para o PT", afirma Tarso Genro, prefeito petista de Porto Alegre (RS). Leitura dos resultados O partido reuniu ontem sua Executiva para discutir o resultado da eleição. No final, distribuiu números sobre o desempenho do partido no primeiro e segundo turnos. O objetivo era relativizar o tropeço da última sexta-feira. No caso do segundo turno, apenas o PPB foi mais votado do que o PT -obteve 4,6 milhões de votos nas 31 cidades em que houve eleições. Abaixo do PT, com 3,1 milhões de votos, vêm PSDB (2,8 milhões) e PFL (2,2 milhões). Na avaliação do partido de Dirceu, quando os números referem-se apenas ao voto do segundo turno nas capitais, cai a diferença entre PPB e PT -3,6 milhões da legenda malufista contra 2,7 milhões. Neste caso, o PFL (1,7 milhão) foi mais votado do que o PSDB (1,6 milhão). Mas os números que o PT considera mais significativos são os do primeiro turno. Para os petistas, o resultado das urnas na primeira etapa da disputa municipal representa um quadro mais fiel do potencial eleitoral de cada legenda. O PT foi o partido mais votado nas cem maiores cidades do país, com 5,6 milhões de votos, seguido do PSDB (5,2 milhões) e PPB (4,6 milhões). No caso das capitais, o PT teve o apoio de 3,8 milhões de eleitores -PPB e PSDB tiveram 3,1 milhões cada um. Apesar dessa votação, o PT elegeu bem menos prefeitos do que as outras legendas. Em todo o país, foram 114 prefeitos e 141 vices. Nesta contabilidade, o vitorioso é o PMDB, com 1.286 prefeitos, seguido do PFL (929), PSDB (907) e PPB (618). Empenho de FHC O resultado das urnas, segundo o presidente do PT, indica que o partido vai combater em duas frentes de oposição -uma ao malufismo, em São Paulo, e outra ao governo de FHC, em nível nacional. "Não existe a menor hipótese de o PT participar de uma frente com Fernando Henrique para combater o Paulo Maluf", diz Dirceu. "Até porque Fernando Henrique se empenhou pessoalmente para nos derrotar em várias cidades." Para Dirceu, houve empenho de FHC e do Palácio do Planalto para derrotar o PT em São Paulo, Campo Grande (MS) e Florianópolis. Em São Paulo, segundo ele, a direção do PSDB "torceu para que Maluf vencesse as eleições". Texto Anterior: PT promete punir os 'culpados' por fracasso Próximo Texto: 'PT não soube se opor a Maluf' Índice |
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