São Paulo, terça-feira, 19 de novembro de 1996
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Shopping é vítima do acidente, diz acusado

DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado do Osasco Plaza, Arnaldo Malheiros Filho, considerou a denúncia contra os administradores do shopping "uma aberração". "Seria talvez o primeiro caso de dolo eventual no qual os agentes correram o mesmo risco que as vítimas. Os três trabalhavam lá o dia inteiro. Deveria ser, então, dolo eventual com tentativa de suicídio."
David da Rocha Trindade afirmou que ele e os outros dois denunciados por dolo eventual (Antônio das Graças Fernandes e Marcelo Marinho Andrade Zanotto) estão tranquilos.
"Cabe à Justiça decidir. O shopping é vítima do acidente", afirmou Trindade. Para ele, o laudo do Instituto de Criminalística inocenta o shopping ao afirmar que uma ação preventiva nas tubulações seria impossível porque elas ficavam confinadas em um porão.
As promotoras Marilu Scarati de Castro Abreu e Nathalie Kiste Malveiro Guimarães consideraram que a explosão não foi intencionalmente causada, mas que a administração do shopping agiu com omissão -daí o dolo eventual.
"Os responsáveis pelo shopping tiveram maior grau de responsabilidade, assumindo o risco de explosão e agindo de forma omissa", afirmou Nathalie Guimarães.
A afirmação se refere às reclamações sobre cheiro de gás que a administração teria recebido e às providências tomadas, consideradas insuficientes.
No entender das promotoras, o shopping assumiu "o risco de expor a perigo a vida, a saúde e o patrimônio de terceiros, mediante explosão, posto que medidas eficazes acarretariam a interdição do local, com interrupção de vendas".
Os advogados Cid Vieira de Souza Filho, da Wysling, e Mary Linvingston, da BRR, disseram que vão se manifestar quando tomarem conhecimento da denúncia.
Para as promotoras, as duas empresas teriam sido imprudentes e negligentes ao confinar as tubulações de gás em local sem acesso.

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