São Paulo, terça-feira, 19 de novembro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
'Revue' terá receita de Jorge Amado
CÁSSIO STARLING CARLOS
Os arquitetos franceses, sem vínculos étnicos com o continente, ficaram impressionados com a diversidade e a sofisticação cultural encontradas na viagem. "Na totalidade, o que Pivin e Léon viam publicado era material de segunda categoria. Ou se ressaltava exclusivamente uma perspectiva primitivista ou se mostrava a produção artística africana como expressão de segunda categoria", relata o pesquisador André-Jean Jolly. "Veio então a idéia de criar uma revista de arte voltada para a divulgação da expressão cultural negra." A revista é cara em sua produção e, na maior parte, requer apoio de instituições e governos para se viabilizar. O número do Brasil, por exemplo, só se viabilizou com o financiamento da Bienal de Dança de Lyon. O primeiro número surgiu em 1991 e trouxe como tema a série "Nouba", espécie de guerreiros, do escultor senegalês Ousmane Sow, e manifestações da arte africana em Londres. Daí em diante, os números trimestrais foram se revezando entre especiais temáticos, como fotografia, dança e Aids ou dedicados a regiões ou países, como Caribe, Cuba e, agora, o Brasil. Paralelamente, a "Revue Noire" deu início à publicação de livros de arte e de fotografia com "Le Messager", de Verger, em 93. Hoje, as duas coleções -"Grands Livres" e "Soleil"- acumulam 17 títulos. Depois do Brasil, o próximo número da "Revue Noire", que sai em dezembro na França, será dedicado ao tema "Cozinhas" e trará receitas da culinária de origem africana espalhadas pelo mundo. Entre elas, uma moqueca de peixe de Jorge Amado. Em seguida, a revista lança números sobre o Congo, Angola e a moda africana. (CSC) Texto Anterior: Revista traz textos em "brasileiro" Próximo Texto: Museu faz comemoração Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |