São Paulo, terça-feira, 19 de novembro de 1996
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Protesto; Proteção ao eleitor; Turno único; Ataque ao trabalhador; Provão; Susto

Protesto
"As famílias de Mauro Rodrigues de Mattos e Maria Silvonete de Lima, vítimas da tragédia que consternou o país, vêm a público questionar a forma como se deram as investigações sobre a droga supostamente encontrada no vôo 402 da TAM e repudiar as declarações inconsequentes e prematuras do sr. delegado Romeu Tuma Junior que, levianamente, acusa, sem ter como provar, que o pacote pertencia ao sr. Mauro Rodrigues de Mattos."
Maurílio Rodrigues de Mattos (Mirassol D'Oeste, MT)

Proteção ao eleitor
"Seria muito importante que nas próximas eleições a Folha criasse uma coluna, ou até um centro telefônico informativo, a fim de esclarecer os eleitores sobre os candidatos.
Seria uma espécie de 'Serviço de Proteção ao Eleitor', no qual o eleitor buscaria o perfil do candidato e o que o mesmo já realizou em suas outras gestões, se for o caso.
Apesar de que o pior cego é aquele que não quer ver... Assim foi com grande parcela do eleitorado santista que, mesmo tendo o 'perfil' dos candidatos publicados por este matutino, optou por deixar a cidade mais 'collorida'."
Raul Cesar dos Santos (Santos, SP)

Turno único
"Por que segundo turno? Por que americanizarmos tudo por aqui? Será que o 'iluminado' autor dessa idéia não previu gastos exorbitantes?
Chega de eleições com dois turnos. Não é campeonato."
Sidney Mello Zuardi (Jundiaí, SP)

Ataque ao trabalhador
"Com o país à beira do caos, com mais de 30 milhões de excluídos, FHC e sua casta afortunada insistem em atacar ainda mais os direitos dos trabalhadores e o patrimônio público, enquanto socorrem vergonhosamente banqueiros e latifundiários.
Deixe estar. Quando começarem a pipocar os casos de corrupção, iremos às ruas novamente."
Adauto Rodrigues, presidente do Sindicato dos Funcionários de Pedágios do DER do Estado de São Paulo (Araraquara, SP)

Provão
"Se o provão vai levar a uma melhoria, talvez fechamento de escolas ruins, como o Congresso (repleto de donos de escolas de fim-de-semana) aprovou a lei 9.131/95?
Por que cada prova custou R$ 71,18 (mais que o vestibular nacional da Unicamp, que dura várias fases)? Parece que há outros interesses em jogo.
Tudo isso ficou ainda mais claro no editorial de 12/11, onde se falou em 'voto de confiança' demonstrado pelo alto índice de comparecimento ao exame.
Das duas uma: ou os editorialistas não leram a lei (que obriga o formando a comparecer, caso contrário não recebe o diploma) ou a Folha está em campanha para o ministro Paulo Renato.
Nenhuma entidade pregou o não-comparecimento ao provão. O que houve foram campanhas pela entrega da prova em branco.
Engana-se também Clóvis Rossi (12/11) ao confundir dirigentes da UNE com o movimento estudantil brasileiro. Deveria procurar saber as razões pelas quais os estudantes (de verdade) deixaram a prova em branco. E que existem entidades sérias que devem ser respeitadas."
Márcio Eduardo Viegas Campos, diretor do Centro de Engenharia Civil e representante discente no Conselho do Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações da Escola Politécnica da USP -Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)
*
"Elio Gaspari fez uma coluna brilhante em 6/11, a melhor análise que já li sobre o provão.
No dia seguinte a Folha desdisse tudo em editorial de primeira página.
Primeira conclusão: a Folha tem cada vez menos coragem de criticar. Conclusão final: o jornal não merece a genialidade de Gaspari."
Marcos Roberto Souza Brogna (São Paulo, SP)
*
"Estamos cumprimentando esta Folha pela visão abrangente com que enfocou a iniciativa do 'provão' em seu editorial de 7/11."
José Leão de Carvalho, vice-presidente do Instituto Latino-Americano de Criatividade e Estratégia (São Paulo, SP)
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"Parabenizamos este jornal pela sua oportuna e patriótica manifestação sobre a aplicação dos exames de cursos nas universidades do país.
No nosso entendimento, tal iniciativa deveria ser estendida a todos os cursos."
Mário Roberto C. Costa, superintendente da Wizard University (Campinas, SP)

Susto
"Sobre a reportagem 'Crise mundial de 29 pode ser comparada com a atual' (31/10): como professor de macroeconomia, fiquei assustadíssimo. Como é possível que a economia mundial se encontre numa situação tão desesperadora como a crise dos anos 30 sem que ninguém -exceto a Folha- até agora tenha percebido?
Lendo o referido texto -destinado a estudantes que se preparam para o vestibular-, fui informado de que não apenas a economia mundial está em crise, mas também de que 'a crise atual tem proporções muito maiores' que a de 29.
Os fatos -não mencionados pelo jornal- são os seguintes: entre 1929 e 1933 o PIB norte-americano caiu 30%. Em 1933 a taxa de desemprego nos EUA chegou a 25%! O desemprego atual é de 5,2% e a economia americana cresceu 2,7% nos últimos 12 meses.
Será que os examinadores da Fuvest consideram as duas situações semelhantes? É difícil de acreditar...
O texto informa ainda -de maneira dogmática- que a crise de 29 foi causada por 'uma superprodução e um subconsumo, gerados pela utilização de uma tecnologia poupadora de mão-de-obra'.
O texto não menciona em nenhum momento a queda da Bolsa de Valores, tampouco a rígida política monetária do Federal Reserve! A própria teoria de que a crise teria sido gerada por inovações tecnológicas deixa muito a desejar. Ao contrário do que sugerem teorias de cunho popular, acredita-se que progresso tecnológico leve a um aumento na produção e no emprego.
Outra pérola: 'Contrariando os princípios clássicos da economia (lei da oferta e da procura), Roosevelt pregou o intervencionismo do Estado'. O leitor da Folha que se prepara para prestar o vestibular deve concluir que Roosevelt 'revogou' a lei da oferta e da procura?"
José Carlos de Faria (Waltham, Massachusetts, EUA)

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