São Paulo, quarta-feira, 20 de novembro de 1996
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S. Paulo espera terminar hoje negociação da dívida do Estado

Secretário se reúne com o Ministério da Fazenda

SILVANA QUAGLIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, Yoshiaki Nakano, embarca hoje para Brasília. Na bagagem, um catatau de números e projeções que deverão servir para a finalização do acordo para a rolagem das dívidas do Estado.
Nakano se reúne durante o dia com o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Pedro Parente. A expectativa do governo paulista é que este encontro coloque um ponto final nas negociações que englobam uma solução para a crise do Banespa.
O banco do Estado está sob Raet (Regime de Administração Especial Temporária) do Banco Central desde 30 de dezembro de 1994. Pela atual legislação, o Raet não pode ser renovado.
O principal problema da instituição é a dívida do governo do Estado, que hoje ultrapassa os R$ 20 bilhões.
Nakano passou os últimos dias coletando dados com técnicos da sua secretaria e ontem marcou a reunião com Parente para hoje.
Assembléia
Na tarde de ontem, o secretário esteve com líderes dos partidos políticos, na Assembléia Legislativa. O motivo da reunião não era o Banespa, mas secretário e lideranças governistas aproveitaram para começar a acertar os ponteiros para a votação do acordo.
Nakano afirmou aos deputados que até o início da próxima semana os termos do acerto com o governo federal serão enviados à Assembléia para aprovação.
A implementação do acordo dependerá do aval dos deputados porque envolve venda de patrimônio do Estado.
Bens do governo paulista devem ser vendidos para pagamento de 20% do valor da dívida (R$ 7,4 bilhões) em março de 1996 e o comprometimento de até 12% das receitas do Estado com as parcelas pelos próximos 30 anos.
Os deputados também terão de aprovar a federalização (transferência do controle do Estado para a União) do Banespa, que faz parte do acordo.
Na Assembléia, a expectativa é que o acordo será aprovado, mas não sem uma ampla discussão, que partirá principalmente do PT -partido cuja resistência o governo já se prepara para enfrentar.

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