São Paulo, quarta-feira, 20 de novembro de 1996 |
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PTB põe a leilão seu apoio na Câmara
LUCIO VAZ
O líder do PTB, Pedrinho Abrão (GO), admite a tentativa de valorização: "Se a gente não for cortejado, o PFL não nos valoriza. É bom ser cortejado, o preço é outro". Abrão antecipa o preço do partido: "Com o PFL, temos uma relatoria a cada seis projetos. Agora, vamos exigir 50% de tudo, não importa o tamanho da bancada". Ocorre que, com 25 deputados, o PTB é o fiel da balança na Câmara. Presidência da Câmara Qualquer um dos grandes partidos -PFL, PMDB, PPB ou PSDB- que formar bloco com o PTB terá maioria na Câmara. Isso facilitaria a eleição do presidente da Casa e garantiria a indicação das relatorias das medidas provisórias e emendas constitucionais. Abrão enfatiza a importância da sua bancada para o PPB: "O que o PPB tem hoje? Não tem nada". O PPB realmente raramente não indica relatores e não conta com um cargo expressivo na Mesa, mesmo tendo 90 deputados. Segundo deputados do PTB, o partido aceita formar um bloco com o PPB desde que o candidato à presidência da Câmara seja o deputado Prisco Viana (PPB-BA), que ontem lançou oficialmente sua candidatura (leia texto à pág. 1-6). Eles rejeitam o nome de Delfim Netto (PPB-SP) por considerá-lo muito ligado ao prefeito de São Paulo, Paulo Maluf. PSDB No final de 1995, o PTB negociou a formação de um bloco com o PSDB. O líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), entrou na negociação e garantiu a manutenção do bloco com seu partido até 1996. Durante este ano, o líder do PFL abafou várias crises de relacionamento entre PTB e o governo. Ajudou a manter o Ministério da Agricultura nas mãos dos trabalhistas. Agora, Abrão afirma que já foi procurado por representantes do PPB e do PMDB, além do próprio PFL. "Estamos negociando. O PFL está interessado em cultivar essa amizade com o PTB. Quero que seja eterna", disse Inocêncio. Como esperava o líder do PTB, Inocêncio já admite renegociar os termos do acordo com os trabalhistas. Perguntado se o partido poderá ceder mais relatorias ao aliado, o líder do PFL afirmou: "É possível, claro". Impedimento jurídico Inocêncio também aponta um impedimento jurídico para o ingresso do PTB em outro bloco. Pelo regimento da Câmara, isso só poderia ocorrer na próxima sessão legislativa. Para o líder do PFL, a nova sessão começa em 15 de fevereiro. "Até lá, já terá ocorrido a eleição para a presidência da Casa (2 de fevereiro). Não vai adiantar mais a formação do novo bloco", disse Inocêncio. Texto Anterior: Projeto dá dinheiro da estatal para infra-estrutura Próximo Texto: Planalto vai tentar isolar Maluf no PPB Índice |
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