São Paulo, quarta-feira, 20 de novembro de 1996 |
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Planalto vai tentar isolar Maluf no PPB
MARTA SALOMON
O objetivo é buscar o maior número de votos favoráveis no PPB para a emenda constitucional que permite a FHC disputar mais quatro anos de mandato em 1998. Na avaliação feita ontem por vários integrantes da cúpula política do governo, a emenda passará, apesar da oposição de Maluf. Apoio de Pitta "Não vamos dramatizar", resumiu o ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos), insistindo em que o PPB "é, claro, um partido aliado do governo". Segundo o ministro, Maluf deve ser tratado como um político que ganhou uma eleição e diverge da proposta defendida pelo Planalto. Como trunfo favorável à reeleição, Luiz Carlos Santos disse contar com o apoio do prefeito eleito de São Paulo, Celso Pitta (PPB). O governo tratará de buscar o apoio dos demais 625 prefeitos recém-eleitos pelo PPB. Está decidido que eles não serão tratados como inimigos pelo governo federal. Luís Eduardo em cena Além de Luiz Carlos Santos (que apoiou o candidato de Maluf na eleição municipal), investirá na busca de votos do PPB o presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA). "Nosso objetivo maior é ganhar a reeleição, e a maneira de lutar contra o Maluf é conseguir o maior número de votos no PPB", avalia o presidente nacional do PFL, deputado José Jorge (PE). O raciocínio é matemático: o PPB detém atualmente 90 votos na Câmara e mais cinco no Senado. É o terceiro maior partido do Congresso. A emenda da reeleição precisa do apoio de 308 deputados e de 49 senadores para ser aprovada. A estratégia governista prevê o surgimento de uma liderança do PPB que venha a se contrapor a Maluf e defenda a reeleição de FHC. Um dos cotados para assumir a tarefa é o ministro Francisco Dornelles (Indústria e Comércio). O PPB ainda não tem posição oficial sobre a reeleição. A Convenção Nacional do partido só vai discutir o assunto em 4 de dezembro próximo. A legenda, por enquanto, integra a comissão especial da Câmara que analisa a emenda que FHC deseja ver aprovada. Mordidas Fora do PSDB, nenhum comandante do projeto de reeleição defende ataques a Maluf como os que têm sido feitos pelo ministro Sérgio Motta (Comunicações). "A estratégia de bater é contraproducente, temos de ir agradando e tirando votos", calcula o presidente do PFL. Ele considera ideal a fórmula segundo a qual um (aliado) bate (em Maluf) e outro assopra: "É melhor". Os ataques de Sérgio Motta têm o apoio do secretário-geral do PSDB, deputado Arthur Virgílio (AM). "Se depender de tratar ele (Maluf) bem para ter a reeleição, então não vamos ter a reeleição." Texto Anterior: PTB põe a leilão seu apoio na Câmara Próximo Texto: Pré-candidatos à presidência da Câmara atacam reeleição Índice |
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