São Paulo, quarta-feira, 20 de novembro de 1996
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'Fura-fila' triplica custo, diz operador inglês

LUCIA MARTINS
ENVIADA ESPECIAL A LEEDS

O uso de ônibus elétricos -previsto no projeto do "fura-fila" paulista- triplica os custos de investimento e duplica os gastos com manutenção do sistema.
Essa é a opinião de Bob Tebb, operador da empresa privada que está testando, desde setembro do ano passado, um sistema de "fura-fila" na cidade de Leeds, que foi experimentado ontem pelo prefeito eleito de São Paulo, Celso Pitta.
O projeto em Leeds (250 km ao norte de Londres) tem apenas 850 metros de extensão e 26 ônibus a diesel. "Desde 1972 que o Reino Unido não usa mais ônibus elétricos por causa do alto custo", diz Tebb, diretor da Leeds City Link.
O presidente da SP Transportes (empresa que gerencia o sistema paulistano), Francisco Christovam, que também testou o "fura-fila" de Leeds ontem, confirmou que o sistema com ônibus elétricos é mais caro.
"O investimento na produção dos veículos deve subir de 50% a 100%, mas escolhemos os elétricos porque não poluem e têm um desempenho de até 30% maior", diz.
Christovam afirmou que os custos de manutenção com o uso de elétricos serão os mesmos. "Não muda muito. Para o Brasil, é quase a mesma coisa sustentar carros com eletricidade ou a diesel."
Ontem, após testar o sistema, o prefeito eleito e Christovam tiveram uma reunião com os técnicos da empresa. "Eles ofereceram ajuda técnica. Pretendemos trocar informações", disse Pitta.
Tanto o projeto paulistano como o sistema inglês têm ônibus que andam em corredores estreitos (cerca de 2,5 m), mas sem trilhos.
As diferenças são que o inglês funciona em uma cidade de 750.000 habitantes (São Paulo tem 12 milhões) e o ônibus de Leeds -chamado de "FirstBus"- não é bi-articulado, como prevê Pitta.
'Minhocão'
Os sinais de Leeds abrem sempre que um "fura-fila" se aproxima. No caso de São Paulo, que tem mais cruzamentos, isso não seria possível. O projeto prevê elevados ou passagens subterrâneas.
"Não sabemos quantas passagens seriam necessárias, mas haveria um custo adicional por elas", diz Christovam. O km de "fura-fila" é estimado em R$ 10 milhões.
Secretariado
Pitta se recusou a dar nomes do seu secretariado. "Estou de férias. Só vou anunciar quando chegar ao Brasil. Vou tentar manter a continuidade administrativa enão tenho reforma estrutural."
Após conhecer o "fura-fila" e do almoço com os técnicos, Pitta e sua mulher, Nicea, visitaram lugares que frequentavam, quando moraram em Leedes. Hoje, o casal parte para a França, onde deve ficar até terça-feira.

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