São Paulo, quarta-feira, 20 de novembro de 1996
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Indústria de SP fecha mais 3.143 vagas

DA REDAÇÃO

As indústrias paulistas não param de demitir. Na primeira semana de novembro, informa a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o nível de emprego caiu mais 0,16%.
A queda na primeira semana deste mês corresponde ao fechamento de 3.143 postos de trabalho, ou seja, um terço do total de vagas cortadas em todo o mês de outubro (9.462).
Neste ano, o nível de emprego industrial no Estado já teve uma redução de 7,64%, ou 163.292 empregos. Nos últimos 12 meses foram fechados 212.916 postos de trabalho (-9,65%).
O maior corte de vagas na indústria paulista neste ano ocorreu em agosto, quando foram fechados 29.331 empregos. Em agosto de 95 o número de demissões também havia sido bem maior do que nos demais meses.
A pesquisa da Fiesp, realizada junto a 46 sindicatos patronais, mostra que a indústria abriu o mês de novembro com estabilidade do nível de emprego em 23 setores, queda em 12 e aumento em 11.
Nível desigual
O comportamento do nível de emprego nas indústrias paulistas é muito desigual.
Na primeira semana de novembro, o setor de mármores e granitos, por exemplo, registrou crescimento de 5,30%, seguido por curtimento de couros e peles, com 1,03% positivo.
No acumulado do ano, mármores e granitos ainda estão negativos (-3,18%), enquanto couros e peles têm nível positivo (+1,71%).
Ao mesmo tempo, a indústria de componentes para veículos automotores teve queda de 1,48% na primeira semana deste mês e de 14,59% no acumulado do ano, e a de artefatos de borracha, de 1,03% e 4,09%, todos números negativos, respectivamente.
No ano, até o início de novembro, a indústria de fundição teve a maior queda do nível de emprego (-28,25%). Na primeira semana de novembro o setor abriu vagas (+0,90%) em vez de fechá-las.
Esquadrias e construções metálicas estão com nível de emprego 19,77% menor do que no final de 95, mas iniciaram este mês abrindo postos de trabalho (+0,47%). Materiais e equipamentos ferroviários também fecharam muitas vagas este ano (acumulado de -19,26%) e mantiveram, na primeira semana de novembro, o mesmo número de vagas do final de outubro.
Queda concentrada
O governo admite o aumento do desemprego no país, mas argumenta que a situação mais grave é na indústria, e a da Grande São Paulo, que seria mais obsoleta e sensível à abertura comercial. Estaria ocorrendo uma desconcentração regional da indústria.

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