São Paulo, quarta-feira, 20 de novembro de 1996
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Equipe econômica diverge sobre freio na economia em no início de 97

SÔNIA MOSSRI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A necessidade de adotar medidas para reduzir temporariamente o consumo e diminuir as importações provoca divergências no governo.
O ministro Pedro Malan (Fazenda) e o presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, avaliam que é preciso implementar essas medidas já no primeiro trimestre de 97.
Os dois contam com o apoio do ministro Clóvis Carvalho (Casa Civil). Oficialmente, Malan e Loyola negam que o programa econômico precise de correções.
Os ministros Antonio Kandir (Planejamento), Sérgio Motta (Comunicações) e Francisco Dornelles (Indústria, Comércio e Turismo), além do senador José Serra (PSDB-SP), avaliam que não é preciso frear o consumo e as importações tão cedo.
A maior preocupação da cúpula do PSDB é evitar que a implementação de restrições ao crédito e às importações prejudique a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso.
A Fazenda e o BC vêem poucas alternativas de ação, caso as exportações não reajam em 97 e o déficit comercial cresça a ponto de comprometer a imagem do país no exterior.
A possibilidade de mudanças no atual sistema cambial está integralmente descartada pelo governo.
O controle da inflação é baseado na sobrevalorização do real em relação ao dólar, combinada com a abertura da economia. Isso tira o fôlego da alta de preços internos, porque sempre é possível importar a custos baixos.

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