São Paulo, quarta-feira, 20 de novembro de 1996
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Governo teme nova onda consumista

GUSTAVO PATÚ

COORDENADOR DE ECONOMIA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

BC pede cautela no crédito

A equipe econômica intensificou na semana passada entendimentos com os bancos para recomendar cautela na concessão de crédito, como forma de evitar um aquecimento exagerado na economia.
Esse tema ocupou boa parte da agenda do presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, que esteve em São Paulo e fez contatos informais com banqueiros.
Segundo a Folha apurou, Loyola fez a mesma recomendação, no dia 11, em almoço na Associação Brasileira dos Bancos Internacionais.
Em setembro, representantes do comércio e das financeiras ouviram o pedido de cautela em reunião no Ministério da Fazenda.
Objetivos: reduzir ao máximo a necessidade de impor medidas para controlar o crescimento econômico, hoje superior a 5% ao ano, e evitar o agravamento da inadimplência, que subiu em novembro.
A preocupação maior é com o déficit comercial, porque, devido à cotação baixa do dólar, as importações tendem a disparar.
Na semana passada foi divulgado o déficit de outubro, de US$ 1,308 bilhão -o maior da história.
Segundo diagnóstico da equipe econômica, o mercado financeiro está líquido -o que, em economês, significa que os bancos têm muito dinheiro para emprestar.
Os juros estão em queda desde o início do ano, os recolhimentos compulsórios de recursos bancários ao BC foram reduzidos e há facilidade de obter recursos a taxas mais baixas no exterior.
Com esse cenário, teme-se que os bancos expandam seus empréstimos a empresas e consumidores.

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