São Paulo, quarta-feira, 20 de novembro de 1996
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Campos eram bases militares

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Documentos encontrados em um campo de refugiados do leste do Zaire mostram que radicais hutus usaram a proteção da ONU para planejar o assassinato de membros do governo de Ruanda.
Extremistas hutus, responsáveis pelo genocídio de cerca de 1 milhão de tutsis em 1994, usavam o campo de Mugunga como base para compra de armas e local de treinamento. Eles também planejavam a derrubada do governo de Ruanda, controlado pelos tutsis.
A descoberta coloca em questão a missão da ONU no país. As Nações Unidas gastaram cerca de US$ 1 milhão por dia na manutenção dos campos.
Ex-membros do Exército de Ruanda e milicianos hutus fugiram de Mugunga na semana passada, após uma ofensiva de rebeldes tutsis.
Deixaram para traz milhares de documentos, entre os quais os arquivos do antigo Ministério da Defesa, armazenados em três ônibus.
Nos veículos também foram encontrados munição e morteiros.
Venda de armas
Também de acordo com os documentos, uma empresa registrada no Reino Unido vendeu armas para os hutus, violando um embargo internacional instituído após o início do genocídio.
A empresa teria fornecido morteiros, rifles e munição por meio de outros países, incluindo Israel e Albânia. O Partido Trabalhista, de oposição, pediu que o governo britânico dê esclarecimentos.

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