São Paulo, quinta-feira, 21 de novembro de 1996
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'Hospitais-escola estão lotados'

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Andifes (Associação Nacional das Instituições Federais de Ensino Superior), Odilon Marcuzzo do Canto, afirmou que novos casos de infecção hospitalar podem matar bebês se não for tomada providência urgente para diminuir a superlotação nos hospitais universitários.
Os 44 hospitais-escola das universidades federais, que atendem cerca de 1 milhão de pessoas por mês, tiveram em 96 um aumento médio de 20% nas internações.
"Os hospitais universitários não foram projetados para receber tanta gente. Eles deveriam ser centros de referência para treinar os alunos. Por causa da desestruturação da rede pública, terminam recebendo muito mais gente do que deveriam", disse Canto.
A Maternidade-Escola Assis Chateaubriand, em Fortaleza, tinha mais de 90 bebês internados, apesar de a capacidade máxima ser de 60 leitos.
O problema nos hospitais-escola é agravado pela defasagem da tabela do SUS (Sistema Único de Saúde) e pela impossibilidade de contratar mais funcionários.
"Como a tabela está muito defasada, quase todas as universidades têm de usar dinheiro do ensino para manter os hospitais. Outro problema é a proibição da contratação de funcionários públicos."
Os hospitais-escola também enfrentam o fato de a maioria de sua clientela ser composta por pacientes de baixa renda, que já chegam muito debilitados.
(DF)

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