São Paulo, quinta-feira, 21 de novembro de 1996
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Centrais querem nova estrutura sindical

DA REPORTAGEM LOCAL

As centrais sindicais pretendem apresentar ao governo proposta de modificação na atual estrutura sindical brasileira.
Ontem, as três centrais -CUT, CGT e Força Sindical- anunciaram a formação de uma comissão para discutir mudanças na organização e no imposto sindicais e na Justiça do Trabalho.
A primeira reunião da comissão, formada por dois técnicos de cada central, acontece na quarta-feira.
"O movimento sindical tem de mudar, mas as mudanças devem sair de uma discussão entre as centrais e não por medidas do governo", disse Luiz Antônio de Medeiros, presidente da Força Sindical.
Medeiros prevê um enxugamento da atual estrutura sindical, com o fechamento de algumas confederações e sindicatos.
Segundo ele, a base sindical vem diminuindo e a arrecadação caindo, o que torna impossível sustentar a atual estrutura.
Uma das propostas da Força Sindical deve ser a de que só os associados se beneficiem dos acordos coletivos, caso acabe a contribuição sindical obrigatória.
Atualmente, os acordos salariais firmados entre sindicatos e empresas são estendidos a todos os empregados.
"Temos de ser coerentes até a medula. Se os sindicatos puderem cobrar só dos associados, é justo que só os associados se beneficiem dos acordos", disse Medeiros.
As centrais anunciaram também a retomada das ações conjuntas.
No domingo, ocorre em São Paulo o lançamento da campanha pela redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais.
Haverá um show na praça da Sé, onde estarão sendo recolhidas assinaturas em favor do projeto.
Até o final do mês, as centrais pretendem levar desempregados para acampar na porta do Congresso Nacional, em Brasília.
O protesto, que deve durar três dias, será contra a decisão do governo de cancelar sua adesão à Convenção 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que estabelece garantias para os trabalhadores.
Conselho
Ontem a CUT (Central Única dos Trabalhadores) anunciou sua saída do Conselho Nacional do Trabalho, formado por representantes das centrais, do governo e de entidades patronais.
"O conselho não se reúne e o governo toma decisões sem dialogar conosco", reclamou Vicentinho.
Criado há cerca de três meses, o conselho só se reuniu uma vez.

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