São Paulo, quinta-feira, 21 de novembro de 1996
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Inflação fica em 0,75% e se estabiliza

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

O setor de bens duráveis sustentou a taxa de inflação na segunda quadrissemana deste mês em percentual próximo ao registrado na primeira.
Nos últimos 30 dias terminados em 15 de novembro, a taxa de inflação foi de 0,75% para os paulistanos, contra 0,78% nos 30 dias terminados em 7 deste mês.
Já os bens duráveis foram reajustados em 1,2%. Artigos de cama, mesa e banho (mais 2,72%), utensílios domésticos (1,27%) e equipamentos eletroeletrônicos (0,9%) lideraram as altas.
Os dados são da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que coleta preços no município de São Paulo para as famílias com renda de até 20 salários mínimos (R$ 2.240).
O crescimento da demanda e a reposição de margens foram os responsáveis pelo reajuste dos preços no setor de bens duráveis, segundo Heron do Carmo, economista que coordena o Índice de Preços ao Consumidor da Fipe.
Não fosse o aumento de preços nesse setor, a taxa de inflação, que começa a cair após cinco semanas de alta, poderia ter recuado mais.
Pressão menor
Alimentação e roupas, dois itens de peso na composição do índice, e que mais pressionavam a taxa nas últimas semanas, diminuíram a pressão. Segundo a Fipe, de cada R$ 100,00 gastos pelos paulistanos, pelo menos R$ 39,50 são com alimentos e vestuário.
Os alimentos subiram 0,63%, contra 0,79% na quadrissemana anterior. Passado o efeito mais agudo da entressafra da carne bovina e do feijão, o setor de semi-elaborados subiu 2,17% (3,05% na quadrissemana anterior).
Entre os produtos industrializados, a queda foi de 0,75%. Pão (3,11%), café (2,17%) e queijo mozarela (6,44%) tiveram as principais quedas entre os alimentos.
No setor de despesas pessoais a tendência é de alta, o que sempre ocorre neste período do ano, segundo Heron do Carmo. As festas de final de ano puxam os preços de bebidas, diz o economista. Nesta quadrissemana, as bebidas ficaram 0,77% mais caras, contra 0,34% na anterior.
Heron do Carmo prevê para novembro taxa próxima à de outubro (0,58%), enquanto em dezembro os preços devem ter alta de 0,2%. Com isso, a inflação acumulada em 96 recuaria para 10,3%, a menor taxa desde novembro de 1951.

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