São Paulo, quinta-feira, 21 de novembro de 1996
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Menos ozônio multiplica casos de câncer

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O número de casos de câncer de pele nos EUA e na Europa pode duplicar e até quadruplicar até o ano 2100 se não forem tomadas medidas que reduzam a produção de compostos destruidores da camada de ozônio, diz estudo publicado na revista "Nature".
As estimativas foram feitas por pesquisadores do Laboratório de Pesquisa da Radiação, do Instituto Nacional de Saúde Pública e Ambiente e da Universidade de Utrecht, todos da Holanda.
A Terra é envolvida por uma camada do gás ozônio, que funciona como um escudo contra os raios ultravioleta do Sol. Os clorofluorcarbonetos (CFCs), gases que contêm átomos de cloro e flúor, destroem o ozônio. São usados em aparelhos de refrigeração e já foram utilizados em aerossóis, por exemplo.
Seu uso foi regulado por acordos internacionais. Os pesquisadores holandeses estimaram a quantidade de ozônio na atmosfera e seus possíveis danos com base em três cenários de emprego dos CFCs.
O primeiro não prevê restrições ao uso dos CFCs, o segundo leva em conta as limitações prescritas pelo Protocolo de Montreal (de 1987) e o terceiro cálculo considera as restrições do acordo de Copenhague (1992), as mais severas.
Cenários
No caso mais catastrófico, sem qualquer restrição, o número anual de casos de câncer de pele aumentaria 325% nos EUA e 315% no noroeste da Europa em 2050.
Observadas as limitações estipuladas pelo Protocolo de Montreal, uma redução de 50% na emissão de CFCs em 1999 (em relação à emissão de 1986), o aumento da incidência da doença seria de 100% nos EUA e 95% no noroeste da Europa (Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Dinamarca, Alemanha e Reino Unido).
Atualmente a incidência de cânceres de pele nos EUA gira em torno de 2.000 casos por 1 milhão de pessoas por ano. Isto é, cerca de 440 mil novos casos por ano.
Se fossem seguidas as versões mais rigorosas dos acordos sobre emissão de CFCs, as de Copenhague, o aumento da incidência da doença seria de 10% por volta do ano 2050, segundo Harry Slaper, que liderou a pesquisa. Segundo o acordo, a produção dos cinco CFCs mais danosos deveria ter sido interrompida em 1995.

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