São Paulo, sexta-feira, 22 de novembro de 1996
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Venda da Vale pode ser adiada para março de 97

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A privatização da Companhia Vale do Rio Doce pode ser adiada de fevereiro para março do ano que vem.
A afirmação é de Pio Borges, vice-presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e diretor de privatização do banco.
Ela ocorre em uma semana na qual a pressão política contrária à venda da estatal aumentou.
O senador José Sarney (PMDB-AP) e o ex-presidente Itamar Franco se reuniram para encabeçar o movimento contra a privatização. Sarney sugeriu que a emenda da reeleição poderia ser aprovada em troca do engavetamento da privatização.
Borges disse que a próxima reunião do CND (Conselho Nacional de Desestatização), em 17 de dezembro, deve definir preço mínimo e edital de privatização da Vale.
A partir da semana que vem, grupos nacionais e estrangeiros começam a entrar na sala de informações da Vale para avaliar 90 mil documentos da empresa.
Os grupos terão duas semanas para os estudos, mas o prazo pode ser prorrogado. Além das empresas já qualificadas, empresas australianas, coreanas, japonesas e nacionais também estão interessadas na Vale.
Os grupos não terão acesso a documentos "sensíveis".
Exemplos desses documentos, segundo Pio Borges, são planos estratégicos da estatal e possíveis aquisições da companhia.
Borges afirmou que a meta de privatizar a Vale em fevereiro é "ambiciosa" e pode "escorregar" para março.
"Temos que trabalhar com diversas empresas que querem visitar e estudar a Vale. É uma logística complicada que exige tempo. Queremos que os interessados estejam confiantes para pagar o máximo de preço possível", disse.
Segundo ele, a privatização não passará do primeiro trimestre do ano que vem.
RFFSA
A reunião do CND de ontem decidiu que serão investidos cerca de R$ 50 milhões (financiamento do Banco Mundial) na recuperação da malha nordeste da RFFSA (Rede Ferroviária Federal).
O objetivo é obter um preço mínimo positivo.
Por solicitação do governo do Paraná, a Ferroeste, malha estadual, será incluída no programa de privatização e leiloada no mesmo período que a malha sul da RFFSA, no início de dezembro.
A Ferroeste está avaliada em R$ 25,7 milhões. Será vendida em 109 parcelas, com um sinal de 5% e dois anos de carência.

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