São Paulo, sexta-feira, 22 de novembro de 1996 |
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Maluf vai defender reeleição só em 2002
LUCIO VAZ
O prefeito de São Paulo encontra muita resistência na bancada federal do PPB à idéia de sepultar em definitivo a proposta de reeleição. Parte dos pepebistas entende que um segundo mandato pode ser fundamental para um presidente concluir seus projetos de governo. Maluf já comunicou aos parlamentares que articulam a derrubada da reeleição que deverá apoiar, na convenção do dia 4 de dezembro, a emenda do líder do PL, Valdemar Costa Neto (SP). Apresentada na comissão especial da Câmara com o número regimental de assinaturas (171), essa emenda prevê a reeleição para os próximos governantes. Outra opção do PPB é o apoio à proposta de um plebiscito sobre a reeleição. O prefeito eleito de Santos, Beto Mansur (SP), divulgou nota favorável à proposta. Maluf já conversou com cerca de 80% da bancada do PPB (91 deputados). Parlamentares que conversaram nesta semana com o prefeito afirmam que ele tem o apoio certo de dois terços dos pepebistas. As dificuldades que Maluf encontra ficam evidenciadas, por exemplo, no diálogo com o deputado Wigberto Tartuce (PPB-DF). O prefeito começou lembrando um fator de identidade entre eles, a origem árabe: "Quero comer um quibe na tua casa, em Brasília. Dizem que o teu quibe é ótimo", disse Maluf, segundo Tartuce. Depois, procurou deixar o deputado à vontade: "Quero saber a tua posição sobre a reeleição. Mas quero que você abra o coração. É para você falar o que pensa". Tartuce respondeu: "Quatro anos é pouco. A reeleição é importante para que o presidente conclua os seus projetos. É também um estímulo para que o presidente tenha um bom mandato". Diante disso, Maluf disse: "Mas você não acha que mudar a regra no meio do jogo não é golpe baixo nos partidos e na sociedade?" Tartuce admitiu que isso pode ser um casuísmo. Maluf defendeu, então, a proposta de Costa Neto. "Para o próximo mandato (2002), podemos dar." Emendas Ontem o deputado Gerson Peres (PPB-PA) apresentou emenda que permite a reeleição apenas para FHC, excluindo os atuais governadores e prefeitos. Até o fim da tarde de ontem, último dia para apresentar emendas, 14 haviam chegado à comissão. Texto Anterior: PPB pode aceitar Inocêncio na presidência da Câmara Próximo Texto: Da rampa às tropas Índice |
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