São Paulo, sexta-feira, 22 de novembro de 1996
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Da rampa às tropas

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Ele nem fez questão de esconder e os telejornais quase todos saíram em manchete:
- Encontro de empresários com Fernando Henrique vira comício pró-reeleição.
- Cena típica de campanha. Presidente desce a rampa com microempresários.
Não foi à toa que Fernando repetiu Fernando, no populismo da rampa. Foi "photo-op", para iniciar campanha.
Campanha que já vinha com o Brasil Real, publicidade da Petrobrás, e a Agricultura Real, do Ministério da Agricultura -sempre com Lima Duarte de apresentador.
Ontem, seguiu com o Simples, o imposto que nasce com vontade de ser marca, seguindo a lição do Cingapura. Seguiu com a rampa e sobretudo com o discurso de FHC:
- Quebramos bancos, mas salvamos a moeda.
Foi uma primeira resposta ao maior questionamento feito pelos malufistas, na recente campanha municipal. FHC quer mostrar que não salvou bancos. Quebrou bancos.
A frase leva jeito de ter sido pensada. Outra de FHC:
- Nós queremos que, no Brasil, os que podem paguem mais e os que não podem paguem menos, porque é justo que paguem menos.
A frase, que FHC distribuiu pela televisão, foi pensada, com certeza. Foi ecoada nos seguintes termos, pelo ministro da Reforma Agrária:
- Nós entendemos, como aliás está na propaganda, que quem produz mais paga menos, e quem produz menos tem que pagar mais.
"Está na propaganda", foi criação de publicitário.
FHC não começou ontem, na rampa, nem vai acabar. Viaja à África no final de semana e posa com Nelson Mandela. Em Angola, a 700 km da capital, Luanda:
- Vai visitar acampamento das tropas brasileiras.
É o modelo americano, de candidatos com fardas, de volta ao Brasil -com George Bush, Jesse Jackson e, sempre ele, James Carville.

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