São Paulo, sexta-feira, 22 de novembro de 1996
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Efeitos de medicamento são analisados

Reações anormais serão investigadas

DA REPORTAGEM LOCAL

As doses de vacina tríplice distribuídas no Estado de São Paulo, que tiveram utilização suspensa depois que 12 crianças apresentaram reações anormais, só serão recolhidas se ficar comprovado que os problemas foram causados por sua aplicação.
Segundo o coordenador da Vigilância Epidemiológica, Ricardo Oliva, 43, serão levantados os dados sobre o número de doses aplicadas e sobre os efeitos colaterais verificados nas crianças vacinadas.
Segundo ele, há a possibilidade de a criança apresentar a reação em função de um problema neurológico anterior ou da combinação com medicamentos que eventualmente esteja tomando.
Liberação
Somente após a coleta dos dados, que deve demorar pelo menos uma semana, é que a vigilância terá condições de saber se há ou não possibilidade de liberação das doses distribuídas.
"Em geral, a maior parte dos casos de notificação de reações adversas acabam sendo descartados, mas se for comprovado que as reações anormais foram provocadas pela vacina, faremos então uma verificação laboratorial", disse Oliva.
A secretaria da Saúde de São Paulo recebeu do Ministério da Saúde e distribuiu 380 mil doses da vacina tríplice.
Oliva estima que já tenham sido utilizados entre 10% e 15% desse total enviado pelo ministério.
Problema normal
É normal que a vigilância sanitária acabe recebendo alguns casos de notificação de reações adversas após a vacinação em crianças, segundo Oliva.
O problema atual seria a falta de um lote de vacinas que pudesse substituir o que foi colocado em uso em São Paulo, já que a vacina tríplice está em falta em todo o país.
"Esse tipo de problema existe regularmente, mas ninguém percebe, porque há troca de lotes enquanto fazemos a checagem do que está em uso e apresentou problemas", afirma.

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