São Paulo, sexta-feira, 22 de novembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mãe de vítima disse que faltou incubadora

DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

A estudante Telma Azevedo Pereira, 19, disse que faltou incubadora para atender seu filho, um dos 51 bebês que morreram desde 1º de novembro na Maternidade Escola Assis Chateaubriand.
Telma Pereira disse que foi internada na maternidade em 9 de novembro, depois de ser atingida por uma bola chutada por uma criança que jogava futebol em frente à sua casa, no bairro Padre Andrade.
A estudante disse que o impacto da bola provocou o nascimento prematuro de seu filho no sétimo mês da gestação. Ela afirmou que teve o bebê às 11h30 do dia 9 e foi informada que ele havia morrido às 16h30.
"A enfermeira me chamou para amamentar o bebê e, quando cheguei ao berçário, disseram que ele estava morto. A enfermeira disse também que ele teve um problema respiratório e que faltou incubadora para interná-lo na UTI."
A chefe do Serviço de Neonatologia, Sidneuma Ventura, declarou que, apesar de não saber detalhes deste caso, acredita que é possível que tenha faltado incubadora para internar o bebê.
"Nós temos uma capacidade instalada para atender 12 crianças na UTI, mas houve dias em que a demanda era de 30 crianças. É possível que esse bebê tenha precisado da UTI num desses dias de superlotação."
Sidneuma disse que a maternidade improvisou berços aquecidos para reproduzir o ambiente das incubadoras. Disse também que só dispõe de quatro respiradores para atender até 30 bebês.
Mãe solteira, Telma disse que fez pré-natal num posto municipal de saúde de seu bairro. Ela afirmou que resolveu procurar a maternidade por sugestão do motorista da ambulância do serviço de emergência da Prefeitura de Fortaleza.

Texto Anterior: Morte de bebês faz ministro ir ao Ceará
Próximo Texto: O caos na saúde pública
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.