São Paulo, sexta-feira, 22 de novembro de 1996 |
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São Luís reconhece 30 mortes em UTI
IRINEU MACHADO
A taxa de mortalidade na UTI da maternidade em julho -60 por 1.000 nascidos- foi recorde no hospital, segundo levantamento interno feito desde 1993. Entre janeiro e outubro deste ano, de 679 admissões para partos considerados de alto risco, 142 bebês morreram (209 por 1.000). Na maioria dos casos, a causa da morte registrada foi hemorragia. A presidente da Comissão de Infecção Hospitalar do hospital, Maria Augusta Braúna, disse que a superlotação "contribui para o aumento dos casos de infecção hospitalar". A UTI neonatal do hospital possui 12 leitos. Segundo a médica, o hospital está frequentemente superlotado. Diariamente, há entre 18 e 22 bebês acomodados na UTI, em berços improvisados. "Temos de atender, embora o governo não repasse nenhuma verba para atendimento extra. Os repasses do SUS só cobrem as internações nos 12 leitos, mas não podemos recusar casos graves, porque não há outras opções no Estado", disse a diretora do hospital, Terezinha Abreu. O diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência do Maranhão, José Ribeiro de Carvalho Novaes, 48, disse que o hospital está "sonegando informações". Segundo Novaes, ocorreram 39 mortes em julho por infecção hospitalar. O hospital nega. O sindicato decide na segunda-feira se entra com ação no Ministério Público pedindo investigação sobre as mortes no hospital. O repasse das verbas do SUS ao hospital está atrasado desde setembro, segundo a direção do hospital. "Para sobreviver, tentamos buscar recursos em outros lugares. Fazemos o que podemos", disse Terezinha Abreu. Texto Anterior: O caos na saúde pública Próximo Texto: Mais um bebê morre em hospital do ES Índice |
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