São Paulo, sexta-feira, 22 de novembro de 1996
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Mais um bebê morre em hospital do ES

SILVANA DE MOURA
DA AGÊNCIA FOLHA

Mais um bebê morreu ontem na UTI neonatal do Hospital Universitário de Vitória (ES).
Nos últimos 11 dias, cinco recém-nascidos morreram no local e a maternidade foi fechada na terça-feira.
A direção do hospital confirmou que três bebês morreram por infecção hospitalar (bacteriana), associada a outros problemas apresentados pelos recém-nascidos logo após os partos. Entre estes três, está o que morreu ontem.
"Esse índice é duas a três vezes maior que o usual", disse Paulo Peçanha, 46 diretor-superintendente do Hospital Universitário -também conhecido como Hospital das Clínicas.
Segundo Peçanha, a Utin (Unidade de Terapia Intensiva Neonatal) conta com seis leitos para recém-nascidos em condições de alto risco e seis para bebês considerados de médio risco.
A maternidade faz em média 150 partos por mês.
"Nós estávamos com superlotação. Havia 13 crianças para os leitos de alto risco e nove para os de médio", afirmou.
Maternidade fechada
A maternidade e a Utin do hospital fecharam há três dias.
"Nós estávamos preocupados com a superlotação. Preferimos nos prevenir e fechar a maternidade. Não queremos colocar outros bebês em risco", afirmou.
Peçanha disse que pediu à Secretaria da Saúde a transferência dos bebês para outros hospitais, mas não foi atendido.
"Se a gente tivesse o apoio da secretaria na semana passada, tudo isso poderia ter sido evitado. Mas eu não encontrei resposta."
Reabertura
A direção do hospital pretende reabrir em pouco tempo a maternidade e a Utin. Nove recém-nascidos continuam internados na Utin, três deles com infecção bacteriana. "Os bebês infectados estão separados e recebendo cuidados. Dois estão bem e um, em estado grave."
O subsecretário estadual da Saúde, Luiz Carlos Ciciliotti da Cunha, 42, disse que o Hospital Universitário, conveniado ao SUS (Sistema Único de Saúde), "está trabalhando com uma população acima da prevista".
Segundo Cunha, todas as Utins da rede pública e da rede complementar estão com todos os leitos ocupados. O governo está negociando com os hospitais privados para conseguir mais vagas.

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