São Paulo, sexta-feira, 22 de novembro de 1996
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Déficit comercial não preocupa banco

Craide, do Boston, mostra otimismo

DA REPORTAGEM LOCAL; E DE LONDRES

e de Londres
A recente deterioração da balança comercial brasileira (importações maiores que exportações) não preocupa o Banco de Boston no curto prazo, disse ontem seu novo presidente, Carlos Craide.
A instituição descarta uma crise cambial por conta do crescimento das importações e da pressão dos exportadores para uma maior desvalorização do real frente ao dólar.
"O déficit comercial de US$ 1,3 bilhão em outubro não pode ser projetado para os próximos 12 meses. Não temos preocupações de curto prazo e vamos manter nossas linhas de crédito externo inalteradas", afirmou Craide.
O Boston tem US$ 2,2 bilhões em linhas externas de financiamento ao comércio exterior -metade com financiamento da matriz.
O banco prevê um déficit da balança comercial da ordem de US$ 4,5 bilhões a US$ 5 bilhões este ano e de US$ 7 bilhões em 1997.
O crescimento mais rápido das importações continuará, mas as exportações tendem a reagir.
Em Londres, ontem, durante seminário sobre o Mercosul, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse que a solução para os déficits comerciais e fiscais brasileiros não virá por milagre, mas num "processo" que pode levar anos.
"Os EUA levaram sete anos para resolver esses problemas. O Brasil deve ser mais rápido, mas não será uma questão de poucos meses."
O caminho da estabilização, disse, tem de deixar de ser visto como "milagres e ajudas divinas".
Para Malan, as pessoas têm usado a palavra reeleição (de FHC) de maneira errada. "O termo certo é 'não-exclusão', porque queremos apenas que o presidente consiga o direito de concorrer".

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