São Paulo, sábado, 23 de novembro de 1996
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Sachs defende a privatização da Vale

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O economista Jeffrey Sachs, diretor do Instituto de Desenvolvimento Internacional da Universidade de Harvard (EUA), disse ontem que não há razão alguma para o governo ter uma empresa como a Vale do Rio Doce.
"Há 500 anos, havia muitas teorias a favor da propriedade estatal de empresas de mineração. Mas agora temos meio século de experiência que prova que o setor privado obtém maior eficiência, paga mais impostos e economiza dinheiro dos contribuintes".
Sachs participou ontem em São Paulo de um seminário sobre o Plano Real, promovido pela Diálogo Desenvolvimento Empresarial.
Ele disse que o debate sobre a privatização da Vale se resume à defesa de privilégios e interesses corporativistas.
"Esse debate é um luxo para um país como o Brasil que precisa melhorar a eficiência e a competitividade de sua economia", disse.
O diretor da área de desestatização do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), José Pio Borges, disse que o leilão da Vale só será adiado de fevereiro para março se os interessados na compra pedirem para ampliar de duas para três semanas o prazo de consulta de dados.
Docegeo
A Docegeo, subsidiária da Vale, deve concluir até abril a avaliação da nova jazida de ouro descoberta no mês passado na área do projeto Igarapé Bahia, na serra dos Carajás (leste do Pará).
A nova mina de ouro seria a maior do país, com 300 toneladas, segundo o consultor da Docegeo Roberto Assad e o ex-presidente da empresa Francisco Fonseca.
Ambos são ex-funcionários da Vale, já aposentados, e estão engajados na campanha contra a privatização da companhia, prevista para o próximo ano.
A Vale informou que as prospecções no projeto Igarapé Bahia apresentaram indícios de uma nova jazida. Mas a estatal prefere aguardar a conclusão da pesquisa.
Maior
"Essa é a maior jazida de ouro descoberta nos últimos anos no Brasil", disse Roberto Assad, com base em informações que teria obtido na Docegeo sobre o resultado de dois furos de 700 metros de profundidade.
Na área do projeto, a Vale explora sua maior mina de ouro, com produção anual de 10 toneladas.

Colaboraram as sucursais do Rio e de Brasília

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