São Paulo, sábado, 23 de novembro de 1996 |
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Grupo de Erundina quer disputar Estado
EMANUEL NERI
"Qual a liderança hoje no PT paulista que tenha um potencial de votos como o de Erundina?", pergunta Jilmar Tatto, coordenador da campanha derrotada da petista. Para ele, só Luiz Inácio Lula da Silva pode ter mais votos do que Erundina. "Quem unifica mais hoje o PT de São Paulo?", indaga Tatto, para em seguida responder que só a ex-candidata preenche esse requisito. Segundo ele, se Erundina resolver mesmo disputar tem condições de ganhar a disputa a ser travada dentro do próprio partido. Precipitação O lançamento da candidatura de Erundina foi recebida com reservas pela direção do PT. "É precipitado. Ainda estamos no balanço do processo eleitoral e já começam a aventar nomes para 98", diz Gilberto Carvalho, diretor do PT. Carvalho reconhece que Erundina tem "credenciais" para disputar o governo. "Mas até 98, podem surgir nomes que unam mais o PT." Para ele, a pressa no lançamento da candidatura lembra "viúvas que mal entram de luto e já querem casar de novo". Independentemente disso, auxiliares da candidata derrotada insistem em seu nome. "Se ela começar a visitar o Estado, criticando Maluf, Mário Covas e FHC, tem chances", diz Tatto. Para ele, os 34,74% de votos da petista no segundo turno comprovam seu potencial eleitoral. Segundo ele, a petista alia potencial eleitoral à experiência política. "Nós nunca disputamos um segundo turno para o governo paulista. Erundina tem potencial de votos para chegar a isso." Mais cauteloso, o deputado Pedro Dallari, outro coordenador da campanha petista à Prefeitura de São Paulo, prefere falar de forma indireta sobre o tema. "Tem de haver sensibilidade da direção do partido para não excluí-la, nem querer que ela seja um mero puxador da legenda." Dallari refere-se ao plano de dirigentes do PT de ver Erundina candidata a deputada federal em 98. Se isso ocorresse, a previsão do PT é que a petista pode vir a obter mais de 400 mil votos, ajudando a ampliar a bancada federal do partido. O PT trata com cautela a escolha de candidatos para o governo em 98. O prefeito de Ribeirão Preto, Antônio Palocci, tinha chances de concorrer ao cargo. Mas a derrota inesperada do PT para a sua sucessão diminuiu essa possibilidade. Texto Anterior: PMDB decide posição na 1ª quinzena de janeiro Próximo Texto: Motta diz que terá prova contra Maluf Índice |
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