São Paulo, sábado, 23 de novembro de 1996
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PMDB decide posição na 1ª quinzena de janeiro

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente nacional do PMDB, Paes de Andrade (CE), vai convocar para a primeira quinzena de janeiro a Convenção Nacional do partido para definir uma posição sobre a emenda da reeleição. O senador José Sarney (PMDB-AP) apóia a decisão.
Paes afirmou ontem que já conseguiu assinaturas de apoio de dois terços dos presidentes regionais do partido para o ato convocatório da convenção. Precisava de assinaturas de, no mínimo, um terço dos presidentes.
Sarney ligou anteontem para Paes e disse que a convocação da convenção era "indispensável". Comprometeu-se com o presidente do partido a comparecer à convenção para defender a tese contrária à reeleição.
Paes vê na convenção a última esperança de o partido se declarar contrário à reeleição. Junto com Sarney e o ex-presidente Itamar Franco, ele integra uma frente informal contra a reeleição de Fernando Henrique Cardoso.
"Eu cumprirei e farei cumprir a decisão da convenção. Se for aprovada a posição de apoio à reeleição, cumprirei a decisão. Mas não admitirei violação da decisão, se for aprovada a tese contra a reeleição", disse Paes.
Câmara
O lançamento da candidatura do PPB à presidência da Câmara deverá levar o PMDB a ter um candidato único ao cargo.
Paes admitiu ontem, pela primeira vez, a possibilidade de fechar um acordo com o líder da bancada, Michel Temer (SP).
"Pode ser que o PMDB tenha uma só candidatura. Temos um contexto novo: o PPB lançou candidato, a esquerda está indefinida, perplexa. Veja que até o José Genoino (PT-SP) defendeu a candidatura do PPB", disse Paes.
Ele propôs a Temer o adiamento da reunião da bancada que vai escolher o nome do candidato do partido: "Temos que analisar esse quadro novo. Podemos até abrir uma discussão para viabilizar a unidade do PMDB, que pode se dar no plenário".
Temer foi ao gabinete de Paes justamente para propor a busca da unidade do partido. Terminava ontem o prazo para a inscrição de pré-candidatos do PMDB.
Paes vinha afirmando que não colocaria o seu nome em discussão na bancada e que disputaria com Temer no plenário. Ele contava com o apoio da esquerda. Se perdesse, apoiaria o líder da bancada no segundo turno.
Reflexão
Com a candidatura do PPB, Paes se convenceu de que o PMDB ficaria fora do segundo turno se lançasse dois candidatos. "Como presidente do partido, preciso fazer essa reflexão. Propus ao Temer o adiamento da reunião".
Uma candidatura única do PMDB forçará o PFL a cumprir o acordo feito em 95. Pelo acordo, o PMDB fica com a presidência da Câmara, e o PFL, com a presidência do Senado. Temer e o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) estariam com a vitória bem encaminhada.

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