São Paulo, sábado, 23 de novembro de 1996
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Roraima dá nova versão sobre mortes

DA AGÊNCIA FOLHA; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo de Roraima divulgou ontem comunicado oficial afirmando que pelo menos 21 das 34 crianças que morreram no Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazaré, em Boa Vista (RR), em outubro, foram vítimas de uma infecção causada por medicamentos intravenosos contaminados.
A médica brasileira Denise Garrett, que vive há cinco anos nos Estados Unidos, e o bacteriologista norte-americano Clifford McDonald passaram 18 dias em Boa Vista analisando os prontuários.
Eles concluíram que a causa provável das mortes teria sido alguma substância presente nos medicamentos e não a falta de higiene, como foi divulgado.
O laudo definitivo sobre o caso deve ser enviado ao governo de Roraima na próxima semana.
Investigação
Equipe de especialistas em infecção hospitalar e neonatologia do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz que investigaram a morte dos recém-nascidos em Roraima concluiu que 20 dos 33 óbitos foram decorrentes de infecção.
Segundo a comissão, as outras mortes foram causadas por prematuridade (cinco casos), falta de oxigenação no decorrer do parto (seis) e pneumonia (dois).
Os médicos do ministério concluíram que o hospital não cumpria as normas de higiene recomendadas pelo governo federal.
A infecção hospitalar que matou os 20 bebês foi causada por três tipos de bactéria: Acinetobacter calcoaceticus, Enterobacter cloacae e Klebsiella pneumonae.
Segundo o ex-ministro Adib Jatene, pelo menos 2 dessas 3 bactérias eram "germes típicos de ambientes sujos".
O relatório da comissão apontou que não havia rotina de limpeza.
O ministro interino da Saúde, José Carlos Seixas, foi procurado ontem às 21h e não foi encontrado.

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