São Paulo, sábado, 23 de novembro de 1996 |
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Aeronáutica recebe relatório na segunda
RODRIGO VERGARA
O relatório será entregue na segunda-feira ao Cenipa (Comissão de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), da Aeronáutica, que documenta todos os acidentes aéreos no Brasil. Segundo apurou a Folha, somente a análise dos destroços vai poder apontar se ocorreu uma das duas hipóteses para a falha levantadas pela equipe de investigação do caso. As duas hipóteses não foram fornecidas à reportagem. As peças do avião acidentado estão sendo analisadas no CTA (Centro Técnico Aeroespacial), da Aeronáutica, em São José dos Campos (97 km de São Paulo). O que se sabe Até agora, o que se sabe é que o reverso, uma espécie de marcha a ré da turbina utilizada durante os pousos, foi acionado quando o jato decolava, e seu funcionamento indevido teria desestabilizado o aparelho. A falha é considerada a principal causa do acidente. Sabe-se também que o que acionou o reverso foi um relé defeituoso. O relé -uma espécie de interruptor elétrico- é o responsável pelo funcionamento de uma válvula hidráulica do reverso. Normalmente, o relé é acionado pelo piloto, da cabine. No caso do avião da TAM, porém, o relé foi energizado sem ordem do piloto. Os técnicos ainda não sabem o que liberou essa corrente elétrica. Para evitar novas panes enquanto isso, foram feitas modificações provisórias no sistema do avião, nos procedimentos operacionais da tripulação e na manutenção da aeronave. O relatório preliminar confirma as mudanças ao citar os boletins que detalham os boletins do DAC (Departamento de Aviação Civil). A primeira mudança, no sistema elétrico que aciona o reverso, foi na verdade uma volta ao passado. Isso porque o sistema sugerido após o acidente é o mesmo que equipava os Fokker-100 até 1991, quando foram alterados para economizar energia. Já o procedimento operacional foi ampliado. Os pilotos de Fokker-100 hoje incluíram na checagem realizada antes de cada decolagem uma verificação no sistema automático de aceleração, ATS. A checagem serve para sanar uma carência do projeto do avião. Hoje, o Fokker-100 não avisa ao piloto quando o reverso está aberto. Como o ATS não funciona se o reverso estiver destravado, serve de aviso indireto. A terceira exigência é uma manutenção em todo o sistema do reverso a cada "manutenção de pernoite", que é realizada a cada 48 horas. Texto Anterior: Vestibular da Fuvest-97 começa amanhã Próximo Texto: PT contesta contratação de assessoria para o PAS Índice |
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