São Paulo, sábado, 23 de novembro de 1996
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Família de garoto morto por PM decide pedir indenização

FÁBIO ZANINI
DA AGÊNCIA FOLHA, NO ABCD

A família do estudante Ânderson dos Santos Tossato, 14, morto anteontem por um policial militar em São Bernardo (Grande São Paulo), vai processar o Estado e pedir uma indenização por danos morais. A ação judicial deve ser impetrada na próxima semana.
"Vamos cobrar do Estado a responsabilidade que tem nesse caso. O garoto não foi culpado pelo que ocorreu", diz Paulo Luís de Souza, advogado contratado pela família.
Ânderson, que foi enterrado ontem, morreu a 70 metros de sua casa, no Jardim Valdíbia, bairro de classe média baixa da cidade.
Segundo a família, Ânderson brincava com um revólver de espoleta, quando foi abordado por dois PMs que pensaram que ele tinha uma arma de verdade.
Um dos policiais, o cabo Alexandre Dimopoulos, 25, teria feito dois disparos, apesar de o garoto ter dito que o revólver não era real. Os tiros atingiram o peito e o queixo de Ânderson.
Segundo os policiais, foi o garoto que disparou primeiro, ferindo o soldado Wagner Novo, 25, no polegar da mão esquerda. Seu colega teria disparado em legítima defesa.
O delegado do 3º DP, Wagner Lombisani, disse que pediu a realização de perícia na arma do PM e em uma pistola 635 que teria sido apreendida em posse do garoto. Foram feitos exames no polegar do PM ferido e na mão do garoto.
Arma de brinquedo
Uma quadrilha que receptava aparelhos eletroeletrônicos roubados foi presa anteontem à noite pela PM em uma travessa da estrada das Lágrimas, na zona sul de São Paulo. Foram presos quatro suspeitos de descarregarem um caminhão Mercedes Benz com parte da mercadoria.
O dono do veículo, Renato Lúcio de Campos, 38, suspeito de integrar a quadrilha, foi baleado e morreu no PS de Heliópolis. Com ele foi encontrado um revólver de brinquedo, imitação de uma pistola Smith & Wesson, calibre 45.

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