São Paulo, sábado, 23 de novembro de 1996
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Tesoureiro acusa Neto de chantagem

Intenção seria vender a lista dos filiados

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, João de Souza Neto, está de posse de disquetes com o nome e endereço de mais de 100 mil metalúrgicos da base da entidade.
Com as eleições próximas -no primeiro semestre de 97-, os disquetes seriam de grande valor para uma possível oposição, que poderia enviar propaganda eleitoral à casa dos metalúrgicos.
Quem falou dos disquetes foi Maria Jesus Coelho de Pinho, irmã da ex-mulher de Souza Neto.
Segundo ela, Neto iria se encontrar com José Francisco Campos, tesoureiro do sindicato, na quinta-feira, para falar sobre os disquetes.
O tesoureiro do sindicato admitiu que Neto estava mesmo de posse dos disquetes.
"Ele havia me procurado. Estava ameaçando passar a listagem para a CUT ou para uma outra chapa de oposição no sindicato. Queria dinheiro em troca", afirmou Campos.
Segundo Campos, ele havia recusado a oferta de Neto, o que teria deixado o sindicalista ainda mais irritado.
Sem assalto
Segundo Campos, o suposto assalto que teria sofrido na noite de terça-feira teria relação com o atentado contra o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Paulo Pereira da Silva.
Campos disse que foi agredido a tiros por dois homens. Uma bala atingiu uma costela, de raspão, e a outra, sua agenda, que estava em um bolso da calça. Campos sacou a arma e atirou nos agressores, que se feriram.
"O Alan Lady de Meneses me disse que o homem que me agrediu e está em um hospital é o mesmo que distribuiu panfletos anônimos, na nossa base, falando calúnias contra nós a mando de João e seus amigos. Não tenho provas, mas pode haver relação."

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