São Paulo, sábado, 23 de novembro de 1996
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'Império' desafia a ordem

INÁCIO ARAÚJO
DA REDAÇÃO

Quem quiser diversão fica com "Superman" (Warner, 22h30). Quem espera um pouco mais pode gravar "O Império dos Sentidos" (Multishow, 4h30 de domingo).
O filme de Nagisa Oshima marcou os anos 70, ao mostrar a relação amorosa entre um homem e uma mulher. Ou antes, ao tirar todas as consequências (mesmo pornográficas) do tema do amor absoluto.
A paixão entre Sada e Kichizo é absolutamente erotizada. É como se, em um nível, o filme nos dissesse, freudianamente, que amor é libido.
Mas, se a libido impera e o amor exclui os parceiros do mundo, até onde isso pode conduzir os amantes? A questão é lançada pelo filme.
Não será demais lembrar que a história se passa no Japão dos anos 30. E, mesmo que os amantes se excluam do mundo, uma única cena indica a direção que seguem.
Em dado momento, ocorre um desfile em que se mostra o Japão obsessivamente militarista. Um dos amantes sai à rua e caminha na direção oposta ao desfile.
É o ponto de vista de Oshima sobre o amor. Não só algo que se opõe ao mundo exterior, mas que desafia a ordem e a cultura.
(IA)

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