São Paulo, sábado, 23 de novembro de 1996
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Deputados contestam acordo em Belarus

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Um acordo mediado pela Rússia para pôr fim à crise política na vizinha Belarus começou a fracassar horas depois de ser aceito.
O presidente do país, Alexander Lukachenko, quer converter o acordo em lei, mas enfrenta resistência de parte do Parlamento.
O Parlamento não conseguiu por quatro vezes aprovar o acordo. Ele só deve se reunir novamente na próxima terça-feira.
Pela resolução, Lukachenko facultava ao Parlamento aceitar ou não o aumento de seus poderes e em troca ganhava a garantia de que não seria destituído.
A crise política em Belarus (uma das repúblicas da extinta União Soviética) acontece por causa de um referendo convocado pelo presidente para amanhã. Nele, os eleitores bielo-russos serão convocados a dizer se aceitam que Lukachenko receba mais poderes.
O Parlamento protestou, e um pedido de impeachment contra ele está tramitando.
Lukachenko disse que decidira hoje o que fazer depois que o Parlamento não conseguiu aprovar o acordo por maioria simples (100 dos 199 deputados).
No começo da manhã de ontem (madrugada no Brasil), após dez horas de negociações, o primeiro-ministro da Rússia, Viktor Tchernomirdin, conseguiu chegar a um acordo com Lukachenko e com o presidente do Parlamento, Semion Charetski.
O Kremlin, sede do governo russo, chegou a comemorar o sucesso da manobra diplomática, chamando-a de "marco genuíno na busca por uma saída da crise constitucional em Belarus".
Mas parlamentares de oposição não se mostraram satisfeitos com o acordo, que consideraram uma traição da parte de Charetski. Houve debates acirrados durante todo o dia no Parlamento.
Lukachenko deu prazo até as 18h (14h em Brasília) para que o acordo fosse aprovado, argumentando que era necessário "ouvir a vontade do povo" (isto é, manter o referendo de amanhã, mesmo que em caráter consultivo). O prazo venceu, e o impasse continuou.
Charetski havia prometido que os mais de 70 deputados que apresentaram à Alta Corte o pedido de impeachment iriam retirá-lo. Entretanto, até a noite de ontem, apenas sete o haviam feito.

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