São Paulo, sábado, 23 de novembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fora da turma; Projeto do Cingapura; Protesto; Coragem política e estética; Puxão de orelhas; Irresponsabilidade social; Renúncia; Questão de linguagem

Fora da turma
"Li, estarrecido, o artigo de Valdo Cruz (21/11) sob o título 'Tapem o nariz'.
Com a serenidade com que sempre pautei meus atos, rogo-lhes a fineza de publicar, para conhecimento do sr. Valdo e principalmente do leitor, que não me incluo na suposta turma dos deputados paranaenses que pretendem chantagear o presidente da República com a emenda da reeleição.
O reparo se faz necessário uma vez que o artigo cita 'parlamentares do PFL, PTB e PMDB', não declinando seus nomes."
Hermes Parcianello, deputado federal pelo PMDB-PR (Brasília, DF)

Projeto do Cingapura
"A respeito da carta do vereador Miguel Colasuonno ('Painel do Leitor', 21/11), venho esclarecer que não sou presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de São Paulo.
Dos quatro projetos sobre o Cingapura, apenas um passou pela Comissão de Saúde -por ser o único que apresenta finalidade de promoção social-, e recebeu não só o parecer como também substitutivo, alterando a proposta inicial, tornando-a mais ampla.
Muito nos admira a atitude do líder do governo, Miguel Colasuonno, de culpar a oposição quando na verdade os projetos de lei chegaram à Câmara em 2/95, 6/95, 2/96 e 10/96, sendo certo que o regime de urgência só foi solicitado pelo prefeito em 17 de outubro de 1996, com evidente caráter eleitoral."
Adriano Diogo, vereador pelo PT, membro da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de São Paulo (São Paulo, SP)
*
"Sobre a carta do vereador Miguel Colasuonno ('Painel do Leitor', 21/11): o líder governista tenta explicar o inexplicável. A propaganda do projeto Cingapura dizia que as pessoas eram donas dos apartamentos.
A reviravolta causada pela notícia de que os moradores do Cingapura não eram donos dos apartamentos obrigou a prefeitura, no final do primeiro turno das eleições, a colocar nos 37 núcleos do projeto um batalhão de assistentes sociais com o objetivo de conter a ira dos moradores.
Não conseguindo tal feito, a única alternativa que tiveram foi o envio de um projeto de desafetação de apenas três áreas para a Câmara, para servir como justificativa na propaganda eleitoral do então candidato Celso Pitta.
É bom lembrar que a bancada malufista, em 1991, votou contra um projeto de lei para a concessão de direitos reais de uso para os favelados."
Raimundo Bonfim, coordenador do Fórum de Favelas Envolvidas com o Projeto Cingapura (São Paulo, SP)

Protesto
"O meu veemente protesto pela publicação no 'Painel do Leitor' de uma carta (quase duas colunas) do vereador Miguel Colasuonno em defesa do indefensável: a venda dos imóveis do Cingapura.
Mas a minha maior revolta é que cartas sobre assuntos importantíssimos enviadas pelos leitores, inclusive por mim, são desprezadas, com uma carta do jornal desculpando-se pela falta de espaço."
Olavo Principe Credidio (São Paulo, SP)

Coragem política e estética
"Estive fora de São Paulo por 20 dias e em local onde não chegava a Folha e só hoje tomei conhecimento de um texto de Nelson de Sá -que chama um grupo de autores paulista dos anos de 70 de 'geração perdida'.
Gostaria de esclarecer ao jornalista que esse grupo -ao qual pertenço com grande orgulho- não se caracterizou apenas pelo sucesso aludido no texto, mas por uma enorme coragem política -já que se colocou frontalmente contra o regime de opressão-, bem como pela coragem estética, pois -como todos os historiadores do teatro brasileiro registram- ousou contestar os padrões dramatúrgicos vigentes.
No mais, queria saber qual o critério usado por Nelson de Sá para cravar em quem quer que seja o rótulo de 'geração perdida'. De minha parte, não creio que esse moço tenha a menor noção do meu trabalho -nem hoje, nem ontem, muito menos nos anos 70.
Parece-me que, mais uma vez, ele formulou 'análises' e opiniões de modo aleatório, ao bel prazer de sua pressa e com a mesma superficialidade com a qual discorre sobre todos os assuntos.
E já que a coisa ficou na base do 'vale tudo', gostaria de lembrar ao jornalista a fama que ele tem em considerável parcela da classe teatral paulista, qual seja: a de criticar (contra ou a favor) espetáculos que jamais assistiu. 'Geração perdida', a meu ver, é isso."
Consuelo de Castro, dramaturga (São Paulo, SP)

Puxão de orelhas
"Congratulo-me com Antonio Flávio Arantes pelo excelente puxão de orelhas dado ('Painel do Leitor', 16/11). A subserviência não é apenas irritante, é também vomitante.
Não dá para corrermos o risco de ver este jornal, o 'último sério', se render e se 'embandoleirar' com o bando do neo-ali babá.
Ainda dá tempo de retornar!"
Roberto Lima (Cariacica, ES)

Irresponsabilidade social
"A reportagem 'Dirigentes da UNE não frequentam aulas' demonstra toda a irresponsabilidade social e a falta de compromisso da Folha para com a informação de seus leitores.
O teor da reportagem é flagrantemente tendencioso. Não há a preocupação em fornecer um quadro abrangente das atividades dos dirigentes estudantis. A Folha apenas aborda um aspecto (e secundário) da temática -o fato de que as lideranças trancam seus cursos para se dedicarem às entidades estudantis, o que não passa de uma obviedade.
O intuito da Folha é claro: desviar a atenção dos leitores do fato de que a UNE é hoje uma entidade politicamente fortalecida."
Fábio Palácio de Azevedo (São Luís, MA)

Renúncia
"O nosso glorioso Corinthians Paulista foi uma decepção no Campeonato Brasileiro: o pior ataque.
A atual diretoria do sr. Dualib, que autoprorrogou seu mandato por mais quatro anos, sem ouvir a assembléia geral, deveria ter o 'desprendimento' de renunciar aos dois anos que ainda lhe sobram do período usurpado."
Tufi Jubran (São Paulo, SP)

Questão de linguagem
"Atenção, 'Painel do Leitor': solicito, agora que Matinas Suzuki voltou de férias, que nos poupe de sua coluna no caderno Esporte.
É uma questão de linguagem, não dá para engolir."
Aristio Serra (São Paulo, SP)

Texto Anterior: O prejuízo é do povo
Próximo Texto: ERRAMOS
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.