São Paulo, segunda-feira, 25 de novembro de 1996 |
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FHC se diz na torcida pela paz em Angola
GABRIELA WOLTHERS
Hoje, no entanto, FHC vai poder constatar o grau de destruição que atingiu o país africano depois de ter enfrentado 20 anos de guerra civil (1974-1994). Ele visitará Kuíto, capital da província de Bié, no centro-leste do país, a cerca de 600 km de Luanda. Nessa cidade estão 800 dos 1.130 militares e policiais brasileiros que integram a Unavem 3 (Missão de Verificação das Nações Unidas em Angola), nome da missão de paz da ONU na ex-colônia portuguesa. FHC foi recebido pelo chanceler angolano, Venâncio Moura, e ressaltou que o Brasil espera o cumprimento do acordo de paz firmado em 94 entre o MPLA (Movimento Popular para a Libertação Total de Angola) e a Unita (União Nacional para a Independência Total de Angola). "O Brasil apoiou o tempo todo o processo de democratização de Angola, como apóia o processo de paz", disse o presidente. Brasil, Portugal, EUA e Rússia, países envolvidos na solução da crise angolana, pressionam os dirigentes do MPLA e da Unita para que cumpram o acordo firmado em Lusaka, capital de Zâmbia. Não querem o mesmo desfecho do acordo de 91, para a realização de eleições -mal havia começado a contagem dos votos, a guerra civil foi retomada pela Unita. Ruínas Kuíto, dizem oficiais brasileiros, está em ruínas. Foi palco dos mais agressivos confrontos da guerra. Os militares brasileiros chegaram à cidade em setembro de 95 e dizem que até hoje não encontraram no local ninguém que não tenha um parente morto na guerra. Até segunda-feira da semana passada, os militares ainda procuravam minas em volta do aeroporto de Kuíto, onde desembarcará hoje o presidente. FHC chegou acompanhado da primeira-dama, Ruth Cardoso, e dos ministros Nelson Jobim (Justiça), Raimundo Brito (Minas e Energia), Zenildo de Lucena (Exército), Benedito Leonel (Estado-Maior das Forças Armadas), Luiz Felipe Lampreia (Relações Exteriores) e do presidente da Petrobrás, Joel Renó. À noite, FHC visitou a vila residencial do projeto Gamek (Gabinete de Aproveitamento do Médio Kwanza), onde vivem cerca de 500 brasileiros. A empreiteira Norberto Odebrecht e a estatal Furnas Centrais Elétricas fazem parte de um consórcio internacional, com empresas da Espanha e Rússia, para construir a hidrelétrica de Capanda, no rio Kwanza. O investimento previsto é de US$ 800 milhões. Texto Anterior: Maluf não é o dono do PPB, afirma Dornelles Próximo Texto: Dornelles afirma que Maluf é o grande líder, não o dono do PPB Índice |
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