São Paulo, segunda-feira, 25 de novembro de 1996
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EUA tentam livre comércio para computadores

JAIME SPITZCOVSKY
DE PEQUIM

Os EUA tentam arrancar hoje, no encontro anual do fórum de Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (Apec), apoio a sua proposta de eliminar tarifas alfandegárias no comércio de computadores e equipamentos de telecomunicações até o ano 2000.
O projeto será o principal tema da reunião de cúpula da Apec hoje em Subic Bay, nas Filipinas.
A Apec pretende criar a maior área de livre comércio do planeta até 2020. Ele reúne Austrália, Brunei, Canadá, Chile, China, Cingapura, Coréia do Sul, Estados Unidos, Filipinas, Hong Kong, Indonésia, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua-Nova Guiné, Tailândia e Taiwan.
Seus integrantes respondem por 46% do comércio mundial e abrigam 40% da população do planeta. Os países industrializados do grupo pretendem implantar o livre comércio mais cedo, até 2010.
Organizador de um dos maiores encontros de líderes internacionais, o governo das Filipinas reforçou a segurança. Teme atentados terroristas.
Militantes anti-Apec protestaram em diversos pontos do país. Organizaram uma caravana de cerca de 500 veículos que foi da capital Manila a Subic Bay.
Críticos acham que o grupo vai sacramentar o domínio econômico de países industrializados e suas grandes empresas sobre economias em desenvolvimento.
Segundo os EUA, o comércio de computadores e equipamentos de telecomunicações movimenta pelo menos US$ 1 trilhão por ano, e 80% dessa atividade se concentra na região Ásia-Pacífico.
Para a discussão de hoje, os EUA contam com o apoio do Japão, outro gigante na área de informática e telecomunicações.
Oferecem resistência China e Malásia, que temem o poderio norte-americano e japonês.
Os EUA esperam que o documento final do encontro apóie a sua proposta, que também será discutida em reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), no próximo mês em Cingapura.
A Casa Branca avalia que a proposta será aprovada, com extensa lista de produtos de informática e telecomunicações que terão suas tarifas alfandegárias eliminadas. Mas Washington sabe que países da Apec vão exigir flexibilidade para adotar o plano.
No sábado, ministros dos integrantes da Apec se recusaram a apoiar abertamente o plano. Os EUA esperam que os chefes das delegações mostrem hoje mais entusiasmo pelo plano.
O fórum também vai discutir medidas para avançar rumo à liberalização de regras de comércio e de investimento, projetos para aumentar intercâmbio econômico e a admissão de novos integrantes.
Em 31 de dezembro termina a moratória que impedia novas adesões. Os EUA temem que a expansão dificulte atingir o livre comércio. A lista de candidatos traz Colômbia, Equador, Peru, Panamá, Rússia, Sri Lanka, Macau, Vietnã, Mongólia, Índia e Paquistão.
(JS)

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