São Paulo, terça-feira, 26 de novembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

'Desregulamentação ampliará emprego'

DA REPORTAGEM LOCAL

O economista José Pastore, da USP, afirmou que basta comparar o índice de desemprego dos Estados Unidos (5,5%) e da Europa (11%) para se provar que a desregulamentação da economia é a melhor maneira de aumentar a oferta de emprego.
Pastore criticou o documento "O emprego no mundo", no qual a OIT (Organização Internacional do Trabalho) sustenta que "não existem provas empíricas de que a desregulamentação seja a única saída para a crise do emprego".
"Em termos de tecnologia e qualidade de mão-de-obra, EUA e Europa são semelhantes. A diferença está no grau da regulamentação do mercado. A Europa, mais regulamentada, tem mais desemprego. A prova empírica está aí", deduziu Pastore.
O diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos), Sérgio Mendonça, discorda dessa análise.
Segundo ele, mesmo em países como os EUA e o Reino Unido, que têm taxas de desemprego menores, a qualidade do trabalho tem piorado nos últimos 20 anos.
"O que se vê em todo o mundo é uma degradação do trabalho."
Para Magalhães, as causas são o pequeno crescimento da economia mundial desde os anos 70 e o processo de desregulamentação dos direitos trabalhistas.
O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, disse que enfraquecer o trabalhador significa provocar o suicídio da economia. "O trabalhador é também o consumidor", disse.
Nos dias 2 e 3, Vicentinho participa, na Itália, de um encontro internacional de sindicalistas promovido pelo Vaticano. Está agendado um encontro com o papa.

Texto Anterior: Sadia terá centro de distribuição argentino; CCE e Aiwa anunciam acordo tecnológico
Próximo Texto: OIT considera idéia infundada
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.