São Paulo, terça-feira, 26 de novembro de 1996
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Jekyll & Hyde

MELCHIADES FILHO

O Detroit Pistons largou como a grande zebra do campeonato. E o grande responsável pela surpresa é a versão das quadras de "o Médico e o Monstro".
Quando Grant Hill chegou à liga americana, os Pistons vinham de temporada desastrosa, 20 vitórias em 82 jogos.
O calouro impressionou então pelos bons modos e estilo solidário -a NBA, com um torneio de "bocas sujas" e fominhas, ficou enamorada.
Hoje, passados três anos, Hill guia seus colegas à quarta melhor campanha, somente 2 derrotas em 12 partidas.
Mas esse salto de qualidade requereu um sacrifício pessoal.
Os cartolas do Detroit diagnosticaram que o bom-mocismo de Hill ocultava um travo, um certo medo de decidir.
Orientaram-no, então, a trocar os conselhos do pacato Joe Dumars pela companhia de Bill Laimbeer, símbolo do time briguento que foi bi em 89 e 90 com o apelido de "bad boys".
As influências apareceram nessas primeiras rodadas.
Hill começou a revidar cacetadas. Perdeu respeito pelos grandes adversários -"são uns chorões", esculhambou os astros do "Dream Team 3". Já arrisca até uns palavrões.
Aos 24 anos, entrou no último fim-de-semana com médias de 23,4 pontos (7º na NBA), 8,1 rebotes (29º) e 6,0 assistências (7º) por jogo -apenas o consagrado Scottie Pippen, do Chicago, ostenta estatísticas semelhantes.
Apesar de atuar no papel como um ala, teoricamente mais livre da armação, é de Hill a missão de conduzir a bola da defesa para o ataque.
Sua habilidade força os rivais a fazerem marcação dupla em quase toda a quadra. Mas sua altura (2,04 m) e velocidade dificultam as armadilhas.
Resultado: dificilmente perde a posse da bola e frequentemente deixa os companheiros livres.
Não à toa, Dumars (51,1% de pontaria) e Lindsey Hunter (14,6 pontos por jogo) vivem ótima fase nos arremessos.

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