São Paulo, terça-feira, 26 de novembro de 1996
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Filme é slogan pró-liberdade de expressão

ELAINE GUERINI

em Los Angeles
"The People vs. Larry Flynt" retrata a vida de um homem que nunca foi motivo de orgulho para os americanos. Ao contrário. Considerado um devasso por fazer fortuna editando a revista erótica "Hustler", Flynt foi condenado a 25 anos de prisão.
O filme de Milos Forman explora a trajetória conturbada do empresário. Ao conduzir a história, o diretor não tem a pretensão de transformar o protagonista em herói, mas destaca a sua contribuição na luta pelos direitos civis.
Para atrair o público aos cinemas -até mesmo quem nunca comprou um exemplar de "Hustler"-, a Columbia Tristar usa a liberdade de expressão como tema da campanha publicitária do filme. Os cartazes e anúncios trazem frases do tipo "Ninguém precisa gostar do que ele fez para reconhecer que ele foi um lutador".
Forman ainda aproveita a história de Flynt para satirizar o espírito capitalista americano. A primeira sequência do filme mostra o ambicioso empresário, aos 10 anos, tirando os últimos US$ 2 de um velho bêbado.
O próprio Larry Flynt atua na produção (assinada por Oliver Stone), interpretando um juiz. As cenas de tribunal são as mais divertidas. Em uma delas, Flynt senta na cadeira dos réus vestindo uma camiseta com a inscrição "fuck the court" (foda-se o tribunal).
Aos 54 anos, Flynt mora atualmente em uma mansão em Los Angeles -onde dirige a Flynt Publications. Desde que foi baleado em 1978, quando saía de um julgamento na Geórgia, o milionário só se locomove de cadeira de rodas.
(EG)

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