São Paulo, terça-feira, 26 de novembro de 1996 |
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Minnelli pinta Van Gogh
INÁCIO ARAUJO
Em primeiro lugar, existe o demônio da semelhança, que faz boa parte da energia do filme perder-se em fazer Kirk Douglas parecer o máximo possível com Van Gogh, o pintor ali biografado. Mas Kirk Douglas tem traços e mesmo musculatura que denunciam, todo o tempo, Kirk Douglas. Em segundo lugar, Vincente Minnelli procura criar aproximações cromáticas entre o filme e os quadros de Van Gogh que fazem pensar, não raro, em imitações. Mas, a bem da verdade, Kirk Douglas supera o problema da semelhança graças a um empenho e uma convicção marcantes. E Minnelli consegue, com o tempo, distanciar seu espectador da semelhança com as cores e formas do pintor. Envolve-o no dramático mundo interior de Van Gogh. Nesse momento, qualquer sensação de "fake" tende à dissolução: é o drama hollywoodiano, tortuosamente minnelliano, que está lá. É como se Minnelli quisesse fazer não uma biografia, mas um retrato do pintor. (IA) Texto Anterior: CLIPE Próximo Texto: Brissac leva 'Paisagens Urbanas' ao vídeo Índice |
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