São Paulo, terça-feira, 26 de novembro de 1996
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Parlamento discutirá o impeachment de Ieltsin

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A oposição parlamentar ao presidente da Rússia, Boris Ieltsin, ameaçou ontem destituí-lo do cargo devido às concessões do governo aos rebeldes tchetchenos.
Ieltsin ordenou, no sábado, a retirada das tropas russas da república separatista horas antes de o premiê Viktor Tchernomirdin firmar um acordo com o líder tchetcheno, Aslan Maskhadov.
No domingo, membros da Duma (câmara baixa do Parlamento, dominada pelos neocomunistas) disseram que o acordo é um "plano traiçoeiro". Ele foi firmado sem consulta ao Parlamento e, segundo os comunistas, oferece regalias excessivas à Tchetchênia.
No mesmo dia, os parlamentares aprovaram um convocação especial para discutir a questão na próxima sexta. O comunista Viktor Iliuchin, presidente do comitê de segurança da Duma, disse que no debate deverão ser abordados o impeachment e um voto de desconfiança ao governo. "Os deputados não vão fazer fanfarrices. Eu acho que as questões do impeachment e da confiança no governo serão levantadas."
O líder do Partido Comunista, Guennadi Ziuganov, voltou a atacar o acordo com a Tchetchênia. Segundo ele, o acordo é o começo do "processo de destruição total da Federação Russa".
O impeachment de Ieltsin, que já falhou uma vez, tem pouca chance de sucesso agora. As disposições constitucionais determinam que a destituição só ocorre se for aprovada por uma maioria de dois terços em ambas as câmaras do Parlamento, e pelas Suprema Corte e Corte Constitucional. Tudo dentro de, no máximo, três meses.

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