São Paulo, quarta-feira, 27 de novembro de 1996
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Contratos da CPR têm queda

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A CPR (Cédula do Produto Rural), contrato de venda futura de mercadoria avalizado pelo Banco do Brasil (BB), ao contrário dos contratos da BM&F, teve retração de negócios com a alta de grãos este ano.
Edilson Alcântara, gerente nacional de negócios de CPR do BB, informa que foram negociadas até agora 100 mil toneladas de soja por meio desses contratos, contra 500 mil t no ano passado.
As cotações elevadas durante a comercialização da safra 95/96 desmotivou o agricultor a manter fixo o preço de venda da próxima safra, diz Alcântara.
Nos contratos de CPR, o agricultor é obrigado a fazer a entrega do produto a um preço combinado com o comprador, que paga à vista para receber durante a safra.
Dessa forma, o agricultor consegue recursos para financiar o custeio da lavoura.
A produção recorde da safra norte-americana de soja fez recuar as cotações internacionais a partir de outubro e, por esse motivo, Alcântara acredita que deverá haver uma retomada nos negócios com CPR nos próximos meses.
Para facilitar a venda da CPR pelos produtores, o BB tem realizado leilões eletrônicos semanais com um sistema que interliga todas as bolsas de mercadorias do país.
Na semana passada, foi fechado a venda de 85 toneladas de soja a US$ 12,27/saca para entrega em maio de 97.
Com a saída do governo da comercialização da produção, a CPR deverá se firmar como uma das principais fontes de recursos para o financiamento da agricultura, diz Alcântara.
Nesse sentido, o BB tem lançado novas opções de CPR, como o café, em outubro de 95, e milho, boi gordo, boi magro e bezerro nos últimos meses.
Na safra 95/96 foram comercializadas 75 mil sacas de café por meio da CPR e a expectativa é de que ocorra um forte incremento para a próxima safra.
Segundo Flávio Helvécio Pereira, da corretora Hedging-Griffo, de São Paulo, deverão ser negociadas 500 mil sacas de café em CPR em 97.
Essa corretora fechou 95% do café vendido por CPR neste ano.
A vantagem de quem adquire contratos de CPR do café é que os meses de entrega do produto são os mesmos previstos nos contratos futuros da BM&F, o que possibilita operações casadas, segundo Pereira.

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