São Paulo, quarta-feira, 27 de novembro de 1996
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Crescem negócios de mercado futuro

FELIPE MIURA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A alta dos preços dos grãos este ano e uma mudança no sistema dos contratos aqueceram os negócios de mercado futuro da BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuro de São Paulo).
Em 1995 foram negociados 123.431 contratos futuros de boi gordo, café, soja e açúcar.
Este ano, até o dia 18 de novembro último, foram negociados 232.658 contratos.
Nesses contratos, a parte vendedora se compromete a realizar uma venda futura na data de vencimento ao preço negociado na operação.
Dessa forma, o produtor agropecuário faz um seguro do preço que irá receber pela mercadoria, mecanismo chamado de "hedge".
Não há a obrigação de se entregar ou receber o produto nos contratos da BM&F e, por isto, é uma opção atraente para os fundos de investidores, diz Carlos Murilo Pereira de Mello, diretor da Cotia Trading.
Oscar Osvaldo Frick, economista da BM&F, informa que a partir de agosto de 95, o contrato de boi gordo foi alterado para permitir também a liquidação financeira.
Ele diz que com essa mudança o volume de negócios com boi gordo diariamente atingiu 700 contratos.
As distorções momentâneas de preços, como a alta dos grãos este ano, também estimulam a entrada de mais participantes nesse mercado, segundo o executivo da Cotia Trading.
Um desses casos foi o de produtores que negociaram a soja da próxima safra a US$ 14,30/saca na BM&F, no pico de alta dos preços em meados deste ano, cita Oscar Frick.
A soja deverá estar cotada entre US$ 11/saca e US$ 12/saca em maio de 97, quando do vencimento desses contratos, pela previsão de Carlos Mello.
A necessidade de se fazer um seguro contra a oscilação dos preços favoreceu o lançamento dos novos contratos de mercado futuro de algodão e milho, que ocorreu no último dia 22, pela BM&F.
A dependência do algodão importado acentua a importância em se fazer o "hedge" com esses contratos, afirma Roberto Eduardo Lefévre, presidente da Câmara de Algodão da BM&F.

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